Foto: kardecriopreto.com.br
Na atualidade, muitos pais e educadores têm se deparado com a coletânea de termos que buscam classificar grupos de crianças, como a expressão “criança cristal” e a denominação “criança índigo”, que estão relacionadas a temas sobre espiritualidade, percepção sensorial, mediunidade, healing, entre outros. Apesar da abundância de livros e vídeos que falam sobre essas classificações, é necessário refletir sobre a validade dessas definições e o que elas podem implicar no cotidiano de crianças e adolescentes. Ideias que fazem muito sentido para alguns, nem sempre são tão aceitas por outros.
Crianças cristal, crianças índigo e outros nomes semelhantes são expressões que, em contextos New Age, englobam indivíduos supostamente dotados de habilidades excepcionais, como sensibilidade psíquica, capacidade de cura e conexão mais íntima com a natureza. A ideia de crianças índigo deve-se à crença de que essas crianças possuiriam um novo padrão de energia, cuja frequência corresponde à cor índigo. As crianças cristal, em contrapartida, seriam dotadas de uma aura cristalina. Outras denominações, como crianças Arco-íris, crianças de clima ou crianças estelares, surgiram, mas não são tão recorrentes.
A utilização desses rótulos decorre mais de uma construção mítica que de um entendimento psicológico ou neurocientífico. Em algumas narrativas, as crianças cristal são descritas como seres de luz, com a alma pura e a evolução espiritual mais avançada. Em outras, são apresentadas como ingênuas, incapazes de discriminar o certo do errado e de ver o mundo tal como ele é; portanto, seriam mais vulneráveis a agentes externos, como a poluição e a manipulação. É importante destacar que o imaginário a respeito de crianças cristal ou índigo vai além do movimento New Age, sendo um fenômeno cultural mais amplo.
Um dos mitos mais comuns que envolvem as crianças cristal e índigo é a ideia de que estas estão totalmente isentas de problemas emocionais e psicológicos. Essa afirmação ignora um dos princípios da psicologia, o qual diz que todos os indivíduos, por mais sensíveis ou dotados que sejam, podem sofrer com o desenvolvimento de questões comuns, como os transtornos de ansiedade, depressão e hiperatividade, entre outros. Quando essas crianças ficam emocionalmente doentes, acabam se tornando mais agressivas e muitas vezes confundidas com as más ações de uma fase da adolescência. Portanto, não é correto pensar que essas crianças não precisam de apoio psicológico. É importante entender que uma criança pode ser sensível e ainda necessitar de um auxílio.
Outro mito que, por certo, é mais percebido por educadores e pais é a crença de que a rotina escolar não afeta o estado emocional das crianças cristal e índigo. Na verdade, a escola é um dos ambientes mais impactantes na vida de uma criança, principalmente a emocional, e as atividades escolares influenciam, sim, seu desenvolvimento. A maneira com que essas crianças são cuidadas em sala de aula, como as palavras são utilizadas, as atitudes dos educadores e a forma com que elas são integradas ao grupo escolar são fatores que, quando ruins, podem levar a uma fase depressiva. As situações de bullying, pela sua intensidade, também se refletem com força nesse público. Desse modo, se uma criança é chamada de "indigo" ou "cristal" por um colega, a expressão acaba tornando-se um estereótipo muito forte para que se torne apenas uma brincadeira.
A exploração deste tema leva a conclusões de que a ideia de crianças cristal e crianças índigo contém considerações muito interessantes, de potencial utilidade social, mas também é envolta em um manto de mitos e falácias que a tornam muitas vezes inócuas, quando não prejudiciais. Para pais e educadores, a sensibilidade elevada não é um fenômeno raro, mas extremamente comum. O fato de que qualquer criança poderá ter um desenvolvimento psicológico normal se receber a devida atenção em suas necessidades emocionais, continua sendo a principal recomendação. E um sintoma emocional fora do padrão pode coexistir com períodos de desenvolvimento emocional saudável, sem que o seu significado deva ser desconsiderado.
Por Alberto Peixoto
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