Toda criatividade humana é um reflexo do homem que, sendo feito à imagem e semelhança de Deus, para isso veio ao mundo: criar. O Criador divino expressa seu desejo nas mentes e nos corações humanos; nesse sentido, muita criatividade humana é sua divindade externa. Com Deus, o homem é criativo e capaz de gerar a vida; a ligação é inexorável.
O esforço para construir um conceito filosófico e teológico da criatividade do ser humano parte da necessidade de dar um sentido ao que o homem realiza. Criar significa inventar, dar origem, produzir, fazer uma obra original. No entanto, a essência da criação radica em formar a partir do nada, atitude própria e singular de Deus.
Esse é o verdadeiro sentido da criatividade original e específica, reservada ao poder divino em sua santa trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Toda produção de uma nova ideia, obra ou arte no mundo está limitada a certos padrões e modelos previamente conhecidos. Ainda assim, em um momento unívoco, único e diferenciado no tempo, uma ideia se manifesta, por um fenômeno transcendente capaz de promover a mudança nos variados campos de atuação humana e fazer progredir a humanidade; esse fenômeno recebe o nome de inspiração criativa.
Em seu ato de criação, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, no sentido de estabelecer nele alguns de seus atributos: a capacidade de sentir, de raciocinar, de ter consciência de si e de amar. Entre esses atributos estão o amor, a criação e o poder. Um homem com as mãos entrelaçadas indica um gesto de oração.
Com a criação, Deus revelou o amor e concedeu ao homem a semelhança com ele. Criar é um ato de poder, um lugar em que o Espírito Santo transpõe os limites do templo para atuar na criatividade do homem. Não é de sua natureza fechada e circunscrita, pois esta está na arte do Natal, no pote de barro do milagre das bodas de Caná, na comunicação com a mãe afegã, nas palavras dramáticas dos cânticos gregorianos, na interatividade da recém-nascida cultura midiática, na discussão do problema social abordado.
Criar significa tornar-se real, transpor para o mundo externo uma ideia, um conceito, uma emoção, um sentimento ou um sonho. Pode ser através da arte como um músico, um pintor, um escultor ou um poeta; ou da religião, como os profetas, sacerdotes ou poetas místicos; ou ainda da ciência, nas explorações mais avançadas dos segredos do DNA, das estrelas. A criatividade está presente em tudo e nos múltiplos níveis da realidade.
A criatividade é parte essencial do homem, realizado à imagem e semelhança de Deus, um criador deus por excelência. Criar é dar forma ao caótico e informe que o antecede. Sem medo de errar ou errar, os modelos tentativos vivem e respiram em sua própria existência; eles são o meio fundamental para a espiritualização da matéria. Eles são um pouco de Deus em nós mesmos.
O criador não tem medo de nada. Ele não teme nem seus próprios erros, embora os reconheça e os rejeite. Sabe que será rejeitado por seus iguais, razão pela qual não busca admiração. Também sabe que seu modelo é nulo, perigo e elogio ao mesmo tempo. Nunca espera nem pretende alcançar suas próprias criações. Ele começa uma obra para terminá-la. Mas já está morto, porque não vive com o que criou, mas com aquilo que ainda tem que criar. Portanto, ele é eterno e infinito. Criação não é uma questão de supetão, sem planejamento prévio, mas de um processo que evolui na concepção e na realização do que vai ser verdadeiro, algo que ainda não existe, isto é, a única coisa realmente ideal no mundo das coisas físicas. A imagem que de Deus é o criador é retida em nós. Ter medo é perder. É abdicar daquilo que somos. É desrespeitar nossa essência. Quando alimentamos qualquer medo, bloqueamos a passagem da energia vital e o reflexo no nosso mundo externo.
Aquele que foi criado à imagem e semelhança do Todo Poderoso, por isso mesmo, pode criar. Seja um jardim, uma poesia, uma escultura, uma canção – enfim, o que quiser. Podemos criar, desde que estejamos dispostos a fazer a parte que nos cabe.
Por Alberto Peixoto
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