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Cultura Santo Amaro

Presidente da Associação dos Artistas de Santo Amaro fala sobre dificuldades do meio artístico

Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Moysés Neto, explica situação da Prefeitura Municipal

06/10/2021 10h26
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Presidente da Associação dos Artistas de Santo Amaro fala sobre dificuldades do meio artístico

Vilásio Leal, de nome artístico Vilamar, que diz estar há 40 anos defendendo a cultura, música, arte e os artistas de Santo Amaro, afirmou que a situação dos artistas santamarenses está complicada. “A nossa área foi a mais prejudicada com a pandemia. Fomos os primeiros a parar e os últimos a começar a fazer alguma coisa. Estamos ainda sendo prejudicados porque as portas ainda estão fechadas”.

Vilamar é presidente da Associação dos Artistas de Santo Amaro. A Associação é de utilidade pública e tem 21 anos de existência. “Reassumi a presidência da Associação e estamos querendo dar mais autoestima a arte e a cultura de Santo Amaro. Estou lutando para isso com os nossos diretores”, afirmou. Ainda conforme Vilamar, a Associação ainda não tem sede e está sem recursos. “Temos um quadro de 200 associados, mas não recebemos nada de ninguém. Não temos verba, não temos nada em caixa e estamos ‘batendo nas portas’ para deixar tudo certo”.

Questionado sobre se os músicos da cidade foram contemplados por verbas federais vindas da Lei Aldir Blanc, Vilamar destacou que chegou para a cidade R$ 451 mil dessa lei no ano de 2020, no governo passado da cidade, e o secretário de Cultura da época teria contemplado a classe artística da cidade. “Fomos contemplados mesmo. O secretário era Chico Porto e ele fez uma premiação de classe como escritor, músico, poeta. Os terreiros de candomblé foram todos contemplados. Foi satisfatório”, explicou.

A atual gestão, ainda de acordo com Vilamar, fez um projeto em que os artistas foram beneficiados. “Foram 130 deles beneficiados. Cada um recebeu R$ 600 fechando um pacote de R$ 80 mil. E até agora não recebemos mais nada. Acredito que o Governo Municipal pagará apenas uma parcela. Já cobrei ao secretário, senhor Moysés Neto, para saber o que vai acontecer com a gente porque estamos parados”, disse.

Vilamar ressaltou que existe verba existe e ela deveria servir para ajudar a área dos artistas que está parada. “Temos artistas passando necessidade. A nossa Associação está indo em busca de recursos para que possamos contemplar os artistas porque de 300 só 130 foram ajudados até agora. Tem muita gente precisando e o governo precisa ver nosso lado. Se a verba existe porque não contemplar os artistas?”, questionou.

Adequação a nova lei

Vilamar disse ainda que está preparando toda a documentação para as mudanças que são necessárias para adequação a nova lei que rege sobre associações. “Isso para que lá na frente estejamos com a documentação em dia e possamos fechar convênios, buscar recursos em empresas privadas”.

Programação para o Dia da Consciência Negra

Vilamar ressaltou ainda que está preparando um projeto para a comemoração do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro. “Junto com a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Planejamento estamos apresentando um projeto de realizar as comemorações do 20 de novembro com uma mesa de debates falando sobre a consciência negra com convidados, principalmente o presidente do Movimento Negro de Salvador que estará aqui e algumas autoridades presente. Teremos ainda apresentação de grupos de dança afro e artistas da cidade”.

A pretensão de realizar o evento no Teatro Dona Canô. O local ainda depende das permissões do Governo do Estado em relação à quantidade de pessoas que podem participar de eventos. “Eu trabalhei nesse teatro e sei que ele tem uma capacidade de receber até 374 lugares”.

Palavra do secretário

 O secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Santo Amaro, Moysés Neto, afirmou que esse auxílio emergencial de R$ 100 mil que foi pago aos artistas adveio de recursos próprios do município. Segundo o secretário, foram 145 artistas que receberam o valor de R$ 600. “Dos 5570 municípios do Brasil, nem 10% deles fizeram uma lei de incentivo para a transferência de renda para os artistas da cidade. Foi indicação de um vereador e a prefeita Alessandra Gomes (PSD) pediu a nossa Secretaria o fizesse”.

Inicialmente, conforme Moysés, seriam pagos duas parcelas de R$ 300, mas a Prefeitura resolveu pagar os R$ 600 de vez. “Esse valor veio de recursos da verba 00, ou seja, recursos municipais. Sensibilizados com a situação da classe artística da cidade, o governo municipal resolveu contemplar os artistas com esse valor. Foram quase 150 artistas contemplados e R$ 100 mil injetados na economia local”, explicou.

Ainda segundo o secretário, para receber os R$ 600, era precisa comprovar que eram realmente pessoas que viviam da arte. “Muitos deles não conseguiram se enquadrar nos critérios para receber o auxílio. Para se dar um auxílio é preciso se estabelecer critérios e um deles é que era preciso provar que essa pessoa vivia ou dependia de alguma maneira da cultura”, esclareceu.

Houve ainda a expectativa de ter o pagamento de um segundo auxílio já que a classe artística foi a primeira a parar e está sendo a última a retornar as suas atividades. “Não temos a obrigação de pagar uma segunda vez, quero deixar isso claro, mas não é que não temos verbas, não temos é orçamento. Estamos trabalhando com o orçamento da gestão passada e sem dinheiro para alguns setores. Há uma probabilidade de não existir esse segundo auxílio”, explicou.

Questionado sobre se existe a previsão de haver outras verbas que não sejam municipais para ajudar a classe, o secretário informou que não. Para receber alguns tipos de verbas, Moysés lembra que é preciso que os artistas estejam capacitados para cumprir as exigências dos editais lançados. “Não temos expectativas de verbas federal, estadual e nem municipal. A cidade está priorizando a saúde com as verbas municipais. A transferência de renda é muito complicada para qualquer governo. Nesse momento não temos expectativas de receber nenhuma verba”, alertou.

O secretário disse ainda que Santo Amaro tem sido referência no Recôncavo Baiano em vacinação e que por esse motivo está sendo feita a flexibilização do público para os eventos que estão sendo aos poucos retomados. Foi flexibilizado de 500 para 1100 pessoas o público na realização de eventos na cidade. “Pretendemos facilitar a vida dos artistas. Reduziu-se ainda o valor dos alvarás para funcionamento de estabelecimentos. Antes custava R$ 1700 e estamos cobrando R$ 450. É uma forma que entendemos de ajudar as pessoas voltarem ao trabalho e se restabelecerem”, explicou.

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