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Distrito da Matinha vira cenário de novo longa baiano que destaca resistência quilombola

A escolha da Matinha como cenário reforça a centralidade da comunidade no processo criativo e político do projeto.

04/12/2025 11h24
Por: Mayara Nayllanne
Foto: Aruivo
Foto: Aruivo

O Distrito da Matinha, em Feira de Santana, tornou-se cenário de uma das produções cinematográficas mais aguardadas da Bahia. As gravações do longa-metragem “Levante”, novo filme do conceituado diretor David Aynan, transformam o cotidiano do território quilombola em palco de uma narrativa marcada por resistência e ancestralidade.

Filmado dentro de um quilombo, o longa envolve diretamente os moradores da região, que atuam como figurantes, dão suporte técnico e contribuem como consultores culturais. A participação da comunidade fortalece o compromisso da produção com o território e amplia a representatividade negra no audiovisual. As filmagens também movimentam a economia local, com geração de empregos, contratação de fornecedores do distrito e ativação cultural na comunidade.

No centro da história está o Quilombo Kunwana, espaço fictício inspirado nas lutas dos quilombos contemporâneos, que resiste ao avanço de empresas da chamada economia verde e à ação de grileiros. A trama acompanha a família Salacó, tradicional liderança quilombola, enquanto enfrenta conflitos internos e tensões com agentes externos.

Além de destacar a beleza natural e a potência cultural da Matinha, o filme valoriza a força e a organização política das comunidades quilombolas da Bahia. A direção de arte, o figurino e a fotografia foram concebidos para dialogar diretamente com elementos da cultura afro-brasileira.

Com produção da Palenque Filmes, em parceria com as produtoras Studio L (SP) e Ponta de Anzol Filmes (MG), “Levante” já foi premiado em diversos editais, incluindo o Aldir Blanc Bahia, e conta com consultores de renome nacional e internacional.

A escolha da Matinha como cenário reforça a centralidade da comunidade no processo criativo e político do projeto.

“Este é um território vivo, que inspira e acolhe. Filmamos com respeito, ouvindo e aprendendo com quem constrói essa história todos os dias”, afirma o diretor David Aynan.

As gravações seguem até dezembro, e o filme tem previsão de ser finalizado em 2026.

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