João de Furão, prefeito da cidade de Conceição da Feira, anunciou o seu afastamento das atividades temporariamente para a realização de um procedimento cardíaco, marcado para a próxima quarta-feira (8). João deve ficar 20 dias longe das atividades administrativas. Durante esse período, o vice-prefeito João Lefundes (PT) assumirá o comando da cidade.
O prefeito fará uma ablação, nome dado ao procedimento médico que destrói pequenos focos de tecido cardíaco responsáveis por desencadear a arritmia. Ele decidiu operar após sofrer com episódios recorrentes de fibrilação atrial, um tipo de arritmia grave que já havia levado o gestor a internações.
O gestor ressalta que sempre evitou falar sobre o assunto porque são muitos os comentários maldosos. A primeira vez que teve um problema cardíaco foi no ano de 2021. “Fui para um hospital particular e optei por sair de lá para ir para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Falaram que foi por utilização de drogas, por overdose. São coisas que me fizeram evitar falar. Ainda desafiei as pessoas de que eu faria qualquer teste que não acharia drogas em meu organismo porque, de fato, nunca usei”.
A sua condição é genética, ressalta. “Tanto é que meu tio, Targino Machado, já passou por duas cirurgias. Um primo meu tem o mesmo problema, meu pai tem um problema parecido. Estou há quase cinco anos sofrendo com isso. Eu e os médicos chegamos à conclusão que é um problema genético da minha família paterna e que faz meu coração bater de forma equivocada. A minha arritmia é a fibrilação atrial, que faz com que meu coração receba de forma desordenada as informações elétricas, batendo mais rápido e forte quando não há necessidade”.
Isso pode fazer com que se crie coágulos sanguíneos dentro do coração. “E esses coágulos, depois que o coração volta a bater de forma correta, pode sair do coração e ir, por exemplo, para a cabeça. E aí pode entupir as artérias e posso ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC) a qualquer momento. Tenho duas opções: ou operar ou tomar remédio para o resto da vida. Além do remédio para controlar os batimentos cardíacos, eu teria que tomar um anticoagulante e mudar totalmente meu estilo de vida. Sou novo, tenho 32 anos, e teria que parar de praticar esportes. Por exemplo, se eu jogar bola e tomar uma pancada, poderia ter uma hemorragia interna”.
Ele escolheu fazer a cirurgia. “Outros familiares meus já fizeram. Farei no mesmo lugar que eles, em São Paulo, no InCor, Instituto do Coração HCFMUSP. Farei onde tenho a certeza que dará certo. Isso me dá a chance de corrigir esse problema hereditário e ter uma vida normal. Preciso me cuidar e voltar para desempenhar um bom trabalho para nossa população”, conclui.
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