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Cultura Crônica

O Nordeste na guerra pela Independência do Brasil

Por Alberto Peixoto

22/10/2022 09h12
Por: Karoliny Dias Fonte: Alberto Peixoto
Foto: Reprodução / Twitter
Foto: Reprodução / Twitter

Com a possibilidade de uma invasão francesa em Portugal, em 1807, a Família Real e a Corte Portuguesa decidiram se mudar para o Brasil. Segundo alguns autores, com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se a "inversão metropolitana", ou seja, o aparelho de Estado Português passou a operar a partir do Brasil, que desse modo, deixou de ser uma colônia e assumiu, efetivamente, as funções de metrópole. A partir desta nova situação vislumbrou-se em um horizonte longínquo a possibilidade de um processo de luta pela independência do Brasil.

Na luta pela independência do Brasil o Nordestino, o negro, o índio e o vaqueiro sertanejo tiveram participação importantíssima, principalmente na Bahia, fazendo resistência às tropas portuguesas que estavam sediadas em províncias que se opunham à independência do Brasil de Portugal. Teve como grande aliada a feirense Maria Quitéria de Jesus, nascida no sitio Licurizeiro, pequena propriedade nos arredores da Vila de São José das Itapororocas - hoje distrito de Maria Quitéria - na comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual município de Feira de Santana, no estado da Bahia, filha primogênita dos fazendeiros portugueses Gonçalo Alves Almeida e Quitéria Maria de Jesus.

No dia 7 de setembro de 1822 Dom Pedro, por volta das 16:30 horas, viajava com sua comitiva de Santos para São Paulo às margens do riacho Ipiranga. Do alto de sua montaria desembainhou sua espada e bradou: Independência ou Morte.

Porém, os portugueses comandados pelo Brigadeiro Madeira de Melo não aceitaram a independência do Brasil. Após o Grito do Ipiranga os portugueses transformaram o Nordeste brasileiro, principalmente as terras baianas, em um verdadeiro campo de guerra. Em Salvador, as tropas portuguesas já tinham invadido e tomado todos os fortes e quartéis da cidade. Madeira de Melo desfraldou um grande golpe contra as tropas brasileiras em Pirajá. Os combates passaram a acontecer por toda baía de Todos os Santos.

Até que em 2 de julho de 1823, dez meses após do grito de independência, com cerca de 4.000 homens e mulheres, boa parte vindos de Pernambuco e Sergipe, comandados pelo Tenente Coronel Barros Falcão, como também do Batalhão dos Caçadores formado em Cachoeira do Paraguaçu, travou-se a batalha mais sangrenta da história da Independência do Brasil, durante cinco horas de intensa luta onde os brasileiros, por fim, saíram vitoriosos.

Diante de uma derrota bastante humilhante, o Brigadeiro Madeira de Melo autoriza o embarque das tropas portuguesas de volta para Lisboa. O povo baiano e os nordestinos puderam por fim, comemorar a liberdade e o fim do domínio português.

Por Alberto Peixoto

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