David Rodrigues e Iza Lobo lançam o livro “Pandemia, arte e poesia”

O xilogravador David Rodrigues - Foto: Boca de Forno News

O xilogravador David Rodrigues falou sobre o livro “Pandemia, arte e poesia”. Ele diz que as energias circulativas possibilitam que, mesmo a pessoa estando distante ou até mesmo próximo, faça as mesmas medidas que outras pessoas. “Eu estava ilustrando o livro de contos de Paulo Lobo e em minhas idas e vindas fui até a Santa Casa de Cachoeira justamente para ver a finalização. Aproveitei e levei uns trabalhos de arte que quando estava em casa havia feito. Era alguns momentos tristes desse tempo que convivemos com a pandemia”, explica.

Foi isso que o fez pintar uma série de gravuras em seu estilo que nomeia como “Davidismo”. Quando mostrou a médica Iza Lobo o seu trabalho, ele havia dito a ele que ela estava fazendo poesia que foi se encaixando com as suas ilustrações. “Isso demonstra que o círculo de sensibilidade é muito presente para o artista. Talvez, se naquele período que houve outra pandemia, se houvesse unido a arte e a poesia, haveríamos mais uma informação”.

Seu livro buscou uma linguagem universal, mesmo estando em Cachoeira, diz. “Porque todos sofreram esse momento difícil. Das perdas, de falta de união. Temos esse desafio, de sermos mais unidos”.

Para ele, todos que tem a tão falada energia circulativa e sensibilidade devem aproveitar esse momento porque elas devem ocupar 70% do planeta para que todos possam conviver bem porque cultura é essa liberdade. “O livro será lançado na Santa Casa e traz esse momento artístico. O artista tem vários papéis e um deles é fazer a história ser ativa no pensamento e na sensibilidade. A outra é buscar todos os meios para ver essa sensibilidade e não apenas colocar um quadro na parede ou escrever uma música”.

Ele agradece ainda a parceria da família Lobo em seus trabalhos, que sempre participam deles. “Estou grato de estar rodeado de energias positivas. O meio é que direciona os fins. E eu tenho feito isso. Não busco riqueza ou fama. O que busco é uma razão para viver bem”.

A médica e poetisa Iza Lobo - Foto: Boca de Forno News

A médica Iza Lobo disse que conseguiu levar para as páginas do livro elogiou David, que consegue captar tudo que está acontecendo. “Conhece-lo foi um momento especial porque nos emanamos de maneira rápida e positiva porque temos sentimentos parecidos. Foi um encontro de almas e isso pode ser visto no livro. Ele pintou porque a pandemia lhe tocou. Foram quase 50 pinturas lindas em seu estilo”.

Quando ele o mostrou suas pinturas, a médica e poetisa observou que ela batia com seus poemas escritos durante a pandemia. “Sou infectologista e trabalhei muito na linha de frente dessa pandemia. E isso me tocou demais e escrevi alguns poemas. Até parei porque me doeu muito tudo o que passamos com a falta de entendimento sobre a ciência, a dor das pessoas morrendo isoladas e isso toca na gente”.

Ela lembra que quando viu as pinturas elas foram se encaixando em seus poemas de tal forma que quebrou poemas maiores em menores. “Foram 36 pinturas e 36 poemas correspondentes. Você abre o livro e na página tem o poema e a figura casada. A gente se interpretou ali. É um livro bonito, tocante e com um impacto forte”, disse.

Eles quiseram lançar o livro na Santa Casa de Cachoeira por todos os esforços que o seu provedor, Lu Cachoeira, fez de trazer a UTI Covid para a cidade que salvaram muitas vidas nessa pandemia. E ainda pelo 6 de setembro, data histórica na qual a Santa Casa teve um papel histórico e importante. “Fizemos uma programação da Santa Casa cultural. Pela manhã teremos uma exposição das pinturas originais do livro na Sala da Sacristia, uma exposição de imagens da UTI Covid, apresentação musical, uma conversa nossa com uma sessão de autógrafos”.

O lançamento acontece dia 6 de setembro, às 10h, na Santa Casa de Cachoeira. A tarde acontecerá uma sessão histórica teatralizada sobre o momento da constituição da junta governativa da província da Bahia, que reuniu vários representantes do Recôncavo Baiano. E a noite, às 20h, haverá o descerramento da placa comemorativa da data, na frente da Igreja com samba de roda.