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Cultura Crônica

A Terra Prometida e o Armagedom da política brasileira

Por Alberto Peixoto

09/04/2022 09h47
Por: Karoliny Dias Fonte: Alberto Peixoto
Foto: Reprodução / Internet
Foto: Reprodução / Internet

Com o advento das redes sociais em 2010/2011, a política partidária – em caráter global - ganhou um grande aliado, desempenhando um papel fundamental como ferramenta de comunicação em tempo real. Já para outros, um inimigo de igual envergadura.

Atualmente, acessar as redes sociais não é ocupação exclusivamente de jovens. A cada dia, o número de usuários com idade acima de 40 anos, só aumenta. Essa prática passou a fazer parte do dia-a-dia, não só do bloco político, mas da maioria da população mundial em todos os segmentos.

Já há algum tempo que através das redes sociais, vem sendo travada uma guerra midiática, envolvendo ideologias políticas e que tende a se acirrar com as proximidades das eleições. A meu ver, parece que os cenários oscilam entre a “Terra Prometida” e o “Armagedom”.

Ambos os conceitos podem ser explicados a partir de uma visão pessoal e desprovida de paixão, simplesmente como mero observador.  Vejamos: “Terra Prometida” - Sempre em épocas de campanhas políticas, o trinômio educação, saúde e segurança é o mantra repetido indistintamente pelos candidatos. Por vezes, fala-se em desenvolvimento, geração de empregos, etc. Os resultados históricos dessas seculares promessas têm a sua aferição a cargo do crivo pessoal de cada um.

Por outro lado, temos também, inspirado pelo texto bíblico “Armagedom”, que seria sob a visão Bíblica, a batalha final, travada por todos os exércitos do mal, contra o poder divino.

Transmutando para a realidade do nosso dia-a-dia, assistimos à materialização do maniqueísmo político e social: “eu represento o bem e todos os contrários representam o mal”, isso indistintamente. A partir de tal premissa, ninguém nunca fez, faz ou fará nada errado, tudo seria, é, ou será, mera intriga do oponente.

Fundamentado nesta teoria, pode-se dizer que aí começa “a encrenca”, surgindo o vitimismo; os salvadores da pátria; os “Bocas de Zero Nove” (para os que desconhecem o conceito, seria uma chave utópica, do imaginário da turma da manutenção mecânica, cuja boca alcançaria de zero a nove polegadas, resolvendo todo e qualquer problema de manutenção). Logicamente, esses seriam “os caras” que resolveriam todos os problemas sociais e econômicos do país.

Os eleitores, a partir dessa Babel midiática, ficam à mercê do antigo boato, na sua atual forma high tech, direto, quase pessoal, instantâneo, cujo efeito prático é mais o de confundir, do que de explicar. Aí complica tudo. O regionalismo passa a ser o culpado de tudo; o povo sem memória esquece-se de aferir os resultados do pleito anterior, para cotejar com as afirmações atuais.

Dentre todas as mazelas, acredito que a mais perniciosa, reside nas paixões políticas pessoais, que possam indispor velhas amizades, o que é insano e injusto, porquanto, no cenário político, a rigor, não é exatamente o que ocorre entre os seus protagonistas.

Não obstante, mas em alguns momentos, é possível até pensar que o melhor talvez, seria o “caboco” se conformar com o conceito “bosta nágua”, termo cunhado por Bertold Brecht, em relação aos que declaram não gostar de política. Isso evitaria muitos sofrimentos.

É triste tal constatação, mas que evitaria um monte de conflitos entre amigos, tenho certeza! Chega a ser tentadora essa ideia! Mais uma vez, repetindo o mantra, quero deixar claro que essa é tão somente uma opinião pessoal, desprovida de qualquer viés político ou ideológico e respeitando inteiramente, quaisquer manifestações em contrário.

Alberto Peixoto, Escritor

3 comentários
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João PauloHá 3 anos Feira de SantanaDe fato. Vai começar a guerra virtual da política com duração até final de outubro de 2022. Depois, cada um dos políticos volta a se esconder, esperando a próxima eleição.
Jossimar CruzHá 3 anos CachoeiraLight demais, apesar de bastante coerente. Seria o efeito da patrulha do nosso STF?
Hermes Peixoto Santos FilhoHá 3 anos Cruz das AlmasMuito boa esta cronica. Já a conhecia publicada na revista da Academia de Letras do Recôncavo- ALER
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