Foto: Reprodução / Internet
Com o aumento da inflação, que diminui o poder de compra dos brasileiros, a ordem é economizar. Diante desse cenário, o método minimalista pode ser uma saída para quem não tem condições de fazer compras, seja ela qual for. Segundo o site da BBC Brasil, a palavra “minimalismo” surgiu de movimentos artísticos do século 20 que seguiam como preceito o uso de poucos elementos visuais, e, aos poucos, foi migrando para o campo do social e, agora, o financeiro.
Ao contrário do que muitos pensam, a prática minimalismo financeiro não significa que você deve viver com pouco dinheiro. A educadora financeira Ana Paula Miyashiro explica que a prática ensina que as pessoas devem gostar de viver a vida e não está ligado a escassez, a tirar todas as coisas que se gosta. “Esse método nos ensina que não devemos viver uma vida só esperando a sexta-feira ou o dia do pagamento. É você ter em sua rotina coisas que te fazem feliz. A questão de minimizar vem disso, de você entender o que é realmente importante para você”, explica.
Educadora financeira Ana Paula Miyashiro - Foto: Arquivo pessoal.
Quando se fala de aplicar o minimalismo nas finanças, ressalta ainda Ana Paula, a pessoa entender que isso está ligado ao seu orçamento. “Falo muito para os meus clientes que eles precisam fazer o choque de realidade, que é entender para onde está indo o seu dinheiro. Qual é o seu ralo, qual são as atitudes que você está tendo de forma comportamental que não deixa que você tenha uma vida financeira leve”, completa.
Ana Paula destaca ainda que o minimalismo financeiro proporciona liberdade. Segundo ela, as lojas preparam “o clima” para atender as pessoas bem e dão todas as facilidades para seduzir o cliente a comprar. “Mas e você? Você se preparou para fazer aquela compra? Tudo aquilo que é planejado, que tem uma programação, é bom. Quando você consegue fazer o seu orçamento e tornar ele minimalista com coisas essenciais para você, sua mentalidade começa a mudar”.
Para a educadora financeira, a maior prisão financeira são as próprias pessoas que se colocam, fazendo dívidas desnecessárias, compras sem planejamento, não vendo o seu orçamento antes de fazer uma parcela, fazendo coisas fora do momento que é para ser feito. “É o imediatismo que temos hoje em dia. O minimalismo vem para você entender o quanto você quer ter uma vida financeira leve, onde você consiga receber o seu salário para guardar para os seus sonhos e outra parte para você viver o seu consumo. E não viver naquela preocupação de boletos vencendo ou ficar em um trabalho que não gosta porque fez contas além dele e não consegue fazer uma transição de carreira”.
Educadora financeira Débora Florenzano - Foto: Arquivo Pessoal.
Ainda na adolescência, a também educadora financeira Débora Florenzano precisou simplificar seus gastos para realizar o sonho de estudar Engenharia de Produção em uma universidade pública. Como já trabalhava, gerava a sua própria renda, mas os recursos eram poucos, ela precisava otimizar os seus custos para atingir o seu objetivo de estudar fora. “Lá eu não teria o apoio financeiro dos meus pais e eles também não tinham recursos suficientes”.
Por isso, ela começou a traçar um planejamento financeiro e reduziu muito os seus gastos para conseguir o que queria. “E consegui. Entrei para a faculdade e me formei. Isso foi uma inspiração para eu ajudar outras pessoas a organizarem sua vida financeira, se planejar, economizar e a aplicar o minimalismo não apenas em suas finanças, mas em sua vida como um todo”.
Ela atendia pequenas empresas onde os seus donos não conseguiam separar o seu financeiro pessoal do financeiro da empresa. “Por isso percebi que eu tinha que começar tratar as pessoas e depois ajudar as empresas. Me apaixonei por esse trabalho”, disse.
A educadora financeira orienta ainda como aplicar o método minimalista em sua vida financeira, simplificar as contas e economizar. O primeiro passo, conforme ela, é começar pelo autoconhecimento. É a pessoa se entender um pouco mais, ver o que é importante em sua vida e onde deseja focar. “Para ela ir reduzindo aquilo que não é importante”.
O segundo passo é a pessoa consumir de forma consciente. Não só consumir aquilo que gasta o seu dinheiro, mas também consumir aquilo que gasta o seu tempo de forma consciente. “Quem começa aplicando esses dois passos já vê uma melhora significativa. Nas finanças, a pessoa pode fazer uma lista de todas as suas despesas e identificar aquilo que pode cortar, quanto paga em cada gasto para ver e planejar aquilo que pode reduzir”, finalizou.
Mín. 17° Máx. 30°
Mín. 17° Máx. 32°
Tempo limpoMín. 18° Máx. 31°
Tempo limpo