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Bahia registra crescimento de 26% no número de baleados no primeiro semestre

Na Bahia, um dos casos de maior repercussão ocorreu no dia 29 de junho, quando uma festa do tipo “paredão” no bairro Alto do Cabrito, em Salvador, terminou com dois jovens mortos e outras nove pessoas feridas

28/07/2025 08h23
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A violência armada nas disputas entre grupos criminosos deixou mais vítimas na Bahia no primeiro semestre de 2025. Segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado, o número de baleados cresceu 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Embora o total de tiroteios monitorados tenha se mantido estável no estado, os episódios se tornaram mais violentos, com maior número de mortos e feridos, especialmente em Salvador.

O dado se insere no relatório semestral do instituto, que monitora episódios de violência armada nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Ao todo, foram mapeados 253 tiroteios ligados a disputas entre grupos armados nessas três regiões, um aumento de 36% em comparação com o primeiro semestre de 2024.

Na Bahia, um dos casos de maior repercussão ocorreu no dia 29 de junho, quando uma festa do tipo “paredão” no bairro Alto do Cabrito, em Salvador, terminou com dois jovens mortos e outras nove pessoas feridas. O ataque está entre os episódios citados pelo instituto como exemplo do agravamento da violência em áreas urbanas.

Entre as vítimas dos confrontos nas três regiões, 108 morreram e 64 ficaram feridas. Em 2024, haviam sido 80 mortos e 60 feridos. O relatório também chama atenção para o aumento de vítimas entre crianças e adolescentes: 21 foram baleadas neste semestre, sendo 11 delas fatais, número 91% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.

Embora o número de tiroteios monitorados na Bahia tenha se mantido estável em relação a 2024, os confrontos se tornaram mais letais, com maior número de mortos e feridos.

Segundo Maria Isabel Couto, diretora do Instituto Fogo Cruzado, o aumento de tiroteios revela uma realidade mais profunda sobre o impacto da violência armada no cotidiano.

“A gente sabe muito pouco sobre a movimentação dos grupos armados e o real impacto que eles causam na vida das pessoas. Eles normalmente aparecem publicamente quando há apreensões de armas, operações policiais ou prisões. Mas é preciso ir além, porque este é um problema crônico que todos os dias coloca crianças na linha de tiro no Brasil”, afirmou.

“Saber que os tiroteios aumentaram é saber que mais famílias conviveram com eles, que mais jovens passaram por esse trauma. É preciso responder a isso, ter propostas em níveis estadual e federal para esse problema porque ele não é pequeno”, acrescentou a especialista.

O Fogo Cruzado atua com um banco de dados aberto e colaborativo sobre violência armada nas regiões metropolitanas do Rio, Recife, Salvador e Belém. Com uma metodologia própria, o instituto monitora e verifica tiroteios em tempo real, por meio de um aplicativo e redes de colaboradores locais. 

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