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Brasil 8 de janeiro

Moraes arranca confissão de Bolsonaro sobre tentativa de golpe; assista

Ministro do STF consegue confissão de Bolsonaro após questionar sobre tentativa de impor estado de sítio no país.

11/06/2025 08h18
Por: Karoliny Dias Fonte: BNews
Foto: Antonio Augusto/STF
Foto: Antonio Augusto/STF

Durante o depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), no âmbito da ação penal que julga a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro tentou negar que tenha tentado uma ruptura democrática, mas admitiu a articulação de um dispositivo para reagir à eleição e evitar o resultado definido nas urnas em 2022.

O ministro indagou Bolsonaro sobre a possibilidade de decretação de estado de sítio no país, possibilitando uma intervenção de militares na manutenção do governo mesmo com um próximo governo já definido.

“É a segunda vez que o senhor fala isso e eu acho bom esclarecer. O senhor está dizendo que a cogitação, a conversa, o início desta questão de estado de sítio, estado de defesa, teria sido em virtude da impossibilidade de recurso eleitoral? É isso?”, questionou Moraes.

O presidente confessou:

“Sim, senhor”. 

Bolsonaro foi o sexto dos oito integrantes do chamado Núcleo 1 a ser ouvido. Além das perguntas de Moraes, o ex-presidente também foi questionado pelo ministro Luiz Fux e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação. Durante o interrogatório, o ex-presidente estava acompanhado dos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.

Ainda durante o depoimento, Bolsonaro assumiu ter recebido sugestões para decretar estado de sítio no Brasil. No entanto, ele voltou a repetir que, embora o dispositivo tenha sido cogitado, não prosperou porque seria necessário um “fato” e a convocação dos conselhos da Defesa e da República. 

Ao ser questionado sobre a minuta do golpe, documento que previa um teor de intervenção no país antes da transmissão de cargo na Presidência, Bolsonaro respondeu a Moraes sobre a reunião com os então comandantes da Marinha, Almir Garnier, da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, e do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, em dezembro de 2022, na qual, segundo a delação do ex-ajudante de ordens do presidente, Mauro Cid, ele teria apresentado uma proposta de ruptura institucional.

"Isso foi colocado numa tela de televisão e mostrado e forma rápida ali... mas a discussão sobre esse assunto já começou sem força de modo que nada foi à frente. A ideia de que alguns levantaram seria um estado de sítio, por exemplo", afirmou o ex-presidente, que procurou minimizar a importância do documento.

"Tinha os 'considerandos' ali apenas. Não tinha cabeçalho, nem o 'fecho'. Só isso", pontuou.

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