Um acordo para 2022, que está logo ali, pode ter sido a estratégia do ex-prefeito José Ronaldo visando confortar os favoritos Zé Chico e Justiniano França, afastados do jogo sucessório deste ano na chapa governista encabeçada pelo prefeito Colbert Martins Filho. Deu a surpresa Fernando de Fabinho, anunciado por Ronaldo
em live nas suas redes sociais.
Ex-prefeito de Santa Bárbara, deputado federal e deputado estadual sempre com as bênçãos de Ronaldo, seu compadre e padrinho político, Fabinho está afastado há mais de uma década da política. Desencantou-se ao deixar de ser a preferência de Ronaldo para disputar a Prefeitura em 2008, quando o médico Tarcízio Pimenta, melhor nas pesquisas à época, foi selecionado.
Como resposta a Ronaldo pela frustração, Fabinho rompeu políticamente com seu mentor e bateu asas rumo ao então governador Jaques Wagner, na mesma revoada em que o nada ronaldista Jairo Carneiro, também insatisfeito, deixou o grupo carlista. Jairo foi bem mal aproveitado pelo governo petista, sendo acomodado em um cargo de segundo ou terceiro escalão. Fabinho, ainda pior recepcionado, sem direito a função alguma.
Agora, superados quaisquer traumas, retornam às mesmas hostes com algum prestígio. Afinal, Jairo tem o seu filho Jairinho secretário na administração de Colbert Martins Filho e Fabinho irá ocupar papel de destaque na chapa majoritária comandada pelo prefeito e batizada por Ronaldo.
Zé Chico não fez como Fabinho, Jairo (antes destes, a ex-deputada Eliana Boaventura) e mais recentemente Carlos Geilson, que após mal sucedida campanha de deputado jogaram a culpa em Ronaldo e seu grupo, abandonando-os para se lançar aos braços de antigos inimigos políticos. Se manteve firme no mesmo time e certamente esperava agora um reconhecimento.
Justiniano, nem se fala - com fidelidade paternal ao ex-prefeito, diz ter se entristecido ao tomar conhecimento de que não seria ele o candidato a vice do grupo, mas alguem jamais cogitaria ato de rebeldia da parte dele. Está quieto em seu canto, agora sem ser integrante de chapa majoritária e impossibilitado de disputar a vereança depois de cinco mandatos consecutivos.
Muita gente não deve estar entendendo nada. Afinal, o que acrescenta à chapa de Colbert um ex-deputado fora de forma política, que já não tem voto nem prestígio? Se for comparar, Zé Chico daria de lavada nele, como empresário, ex-presidente do Fluminense e bem votado, embora não eleito, para a Câmara Federal. Até o vereador Justiniano, por sua série de mandatos, agregaria mais, eleitoralmente falando.
Então, o que teria levado Ronaldo a convidar Fabinho, sendo ele o menos influente do trio de pré-candidatos? Dizem que seria pagamento de dívida (lá de trás, 2008, quando foi preterido). Mas com uma candidatura a vice-prefeito, não seria pouco? Talvez não, o ex-deputado deve estar com um olho em 15 de novembro, agora, outro em 2024 - Colbert reeleito, seu vice estaria forte para a sucessão.
Agora, sim, cheguemos a Zé Chico e Justiniano. O que lhes teria deixado rindo amarelo, porem resignados com a surpreendente escolha de Ronaldo? O doce que tirou o sal da boca deles pode ser o compromisso de apoio, pelo ex-prefeito, Colbert e companhia, para que ambos possam ser seus candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, em 2022. Ok, essa explicação fecharia o xadrez. Mas e se Colbert reeleito decidir sair do governo, para disputar o mandato de deputado federal, cargo com que tem forte intimidade? Complicaria o jogo para Zé Chico. Fabinho já assumiria a Prefeitura antes do planejado. A resposta pode ser "nenhuma dessas alternativas". Não faça apostas.
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