O Tenente Coronel da Polícia Militar Michel Müller de Azevedo assume Comando do Policiamento da Região Leste (CPRL). O anúncio foi feito pelo Comando-geral da Polícia Militar da Bahia, na manhã desta terça-feira (25). Ele irá substituir o Coronel Antônio do Nascimento Lopes, que foi designado para ser o subcomandante-geral da PM. O CPRL é responsável pelo policiamento de Feira de Santana e mais 37 municípios da região leste, através de 12 Unidades Operacionais.
O Tenente Coronel disse que havia a expectativa pela movimentação na estrutura do Comando no Estado. Agradeceu ainda aos comandantes, Coronel Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, Comandante Geral, e ao Coronel Nilton Cézar Machado Espíndola, Subcomandante Geral, que se despedem do cargo após quatro anos de gestão e o legado transformador que deixa para a Polícia Militar.
“Passamos por diversas inovações como acréscimo de efetivo, investimentos, mudanças de viatura, uniformes, paradigmas, a busca pela permanente por uma polícia mais aproximada da comunidade, em especial das minorias mais fragilizadas com criação de operações específicas inclusive para cuidar das minorias”.
Assumem agora coronel Antônio Carlos Silva Magalhães no Comando Geral e Antônio do Nascimento Lopes assume como subcomandante geral da PM. “Por conta dessa exoneração do coronel Lopes aqui da região, eu sou o subcomandante nomeado e passo a cuidar dos destinos até que um oficial do último posto seja nomeado. Isso depende muito da vontade do governador, do secretário de Segurança e do nosso comandante geral”, explica.
Mas a princípio, ressalta o Tenente Coronel, a manifestação do Coronel Magalhães é de que ele deve permanecer respondendo pelo comando da região. “Eu tenho a plena consciência da responsabilidade que é investida nesse momento e vou me atentar para me dedicar ao máximo possível tomando como exemplo a postura do nosso coronel Lopes que deixou o comando da região numa situação que eu diria de bastante conforto, apesar de todos os questionamentos e as críticas feitas a Polícia Militar, o que é natural”.
Müller ressalta que nos últimos dois anos a região tem tido números decrescentes na violência. “São três semestres seguidos de redução em CVLI, Crimes Violentos Letais Intencionais, que provocaram a premiação da tropa de Feira de Santana por três semestres seguidos. E o quarto semestre, que é esse de 2025, já sinaliza no mesmo sentido: 13 homicídios em Feira de Santana em fevereiro e, por enquanto, em março, 15. São números absolutos que nos apontam a acreditar nisso, não são manobras de estatística para falsear informação”.
O entendimento da Secretaria de Segurança Pública, ressalta Müller, são de grandes esforços em cima dos três Is: investimento, inteligência e integração entre as forças. “E isso acontece em Feira de Santana. A relação entre a Polícia Militar e Polícia Civil é muito próxima, de muita de troca de informação, de dados, de ações em conjunto, de conhecimento, de produção de informação a partir da inteligência e o resultado não podiam ser outro. Temos homicídios e crime organizado atuando em Feira de Santana, mas temos também uma força de segurança muito forte empurrando para trás essas pessoas que deixaram de ter a condição de cidadão para viver do crime”.
Segundo ele, a instituição é hoje uma polícia que abraça e acolhe o cidadão de bem e vai para o combate com o criminoso, enfrentando até as últimas consequências. Sobre mudanças, ele diz que as que forem necessárias por conta da movimentação de um ou outro quadro, ou seja, alguns poderão ser levados para trabalhar com eles em cima, deverão acontecer no primeiro ano. “São mudanças naturais da questão da instituição. Porém, quando fazemos as substituições, buscamos que o oficial que for assim a nova função não fuja desse perfil que nós apreciamos: equilíbrio, bom trato, relação de respeito, cordialidade e, sobretudo, buscando sempre harmonizar os climas, ambiente de trabalho, relação com a sociedade e a imprensa”.
Müller conhece todas as cidades que fazem parte do CPRL e sabe o cenário delas. “O CPRL já comandou quase 200 cidades nesse estado e, gradativamente, com a criação de novos comandos de região, foi diminuindo. E a tendência, inclusive, é que o CPRL passe em algum momento a cuidar só do Portal do Sertão, ressalta. “Isso vai permitir que o coronel tenha mais atenção, por exemplo, a Feira de Santana e os cuidados devidos com a quantidade menor de municípios sob sua responsabilidade. Mas neste momento as 37 são bem acompanhadas”, explica.
Em relação as facções criminosas, que tem suas siglas espalhadas nas paredes da cidade, Müller diz que se houver alguma iniciativa privada ou iniciativa do poder público municipal nesse sentido ele vê com bons olhos. “Só que a Polícia Militar não vai se ater em nada pichado em parede. Queremos é neutralizar um indivíduo que produz o fato criminoso e as suas ações. Todas essas condutas acessórias que podem causar algum tipo de sentimento de insegurança para as pessoas não são muito bem-vinda, mas todos os entes, todos os órgãos relacionados a atividade privada, a própria cidadania, a sociedade, a comunidade devem participar ativamente dessas transformações. Não se pode esperar que as forças de segurança, em especial a Polícia Militar, sozinha faça todas elas”.
As mortes que acontecem têm vinculação com o crime organizado, diz. “Esse é um dado concreto. Nós temos a manifestação de colegas da Polícia Civil para as apurações mais aprofundadas sobre cada ocorrência dessa. Doutor Gustavo Coutinho fala muito a respeito disso no DHPP. Ele pontua que existe um número que sobressalta aos nossos olhos em relação ao percentual de mortes que acontecem na cidade que tem vinculação com disputa territorial com o crime organizado”.
É um fenômeno que em todo o país, lembra. “Mas nós estamos atentos e temos um mapeamento da atuação dessas facções. A facção não é inimiga apenas da Polícia Militar, é inimiga do povo brasileiro e temos que colocar isso em nossa cabeça, apoiar as forças de segurança nesse enfrentamento e na busca por ações sociais que não permitam que nossos jovens vão para o crime. Uma dessas ações, por exemplo, é o colégio de tempo integral, quer seja do município, do estado, da união”.
Para o Tenente Coronel, o garoto ou menina que passa o dia todo no colégio em instrução, em atividade esportiva, em atividade cultural e não esteja nas ruas à disposição dos criminosos, já ajuda a afastar os jovens das drogas e da atividade criminosa.
Quem quiser fazer denúncias tem a garantia absoluta do anonimato. “O número 181 está à disposição. Inclusive, quem monitora esse número aqui sou eu e o oficial de inteligência do comando da região. A cada denúncia que chega nós damos encaminhamento. Boa parte delas tem repercutido inclusive com apreensão de drogas, armas e a prisão de indivíduos relacionados a facções. Nenhuma pessoa que utilizou o 181 foi alcançada de alguma forma aqui em Feira de Santana e nem em lugar nenhum da Bahia. Então as pessoas podem confiar e fazer as denúncias”, finaliza.
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