“Tesouro” do Rei do Lixo tem coleção de Rolex e joias de luxo

Durante a operação Overclean deflagrada em dezembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) apreendeu, além de uma série de dispositivos eletrônicos que chamaram a atenção no Congresso, um “tesouro” de quase 100 joias na residência do empresário José Marcos de Moura, também conhecido na Bahia como o “Rei do Lixo”.

De acordo com informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, entre os itens encontrados no imóvel de Moura, membro da Executiva do União Brasil, estavam sete relógios Rolex, além de 91 outros acessórios de luxo.

Segundo a publicação, o empresário é famoso por atuar como operador de emendas para lideranças do partido. Ele foi preso em dezembro juntamente com outras 16 pessoas pela PF. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio e lavagem de dinheiro proveniente de emendas parlamentares enviadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para prefeituras que realizavam licitações e contratos fraudulentos. Moura é considerado o chefe da organização criminosa ao lado de Alex Rezende Parente.

Durante a operação, foram apreendidos documentos, veículos de luxo e um impressionante conjunto de 98 joias de renomadas grifes internacionais, incluindo marcas italianas, suíças, britânicas, francesas, alemãs, americanas e brasileiras – algumas das quais o próprio empresário usava no momento de sua prisão.

A coleção inclui 18 relógios, entre eles Rolex e modelos de outras marcas prestigiadas como Cartier, Bvlgari, TAG Heuer, Hublot, Richard Mille, Emporio Armani, Hugo Boss, Dolce & Gabbana e H. Stern. Além disso, a PF encontrou 13 anéis, incluindo exemplares das joalherias Cartier, Bvlgari, H. Stern e da baiana Carlos Rodeiro, conhecida entre celebridades e políticos.

Ainda conforme O Globo, a lista também inclui 28 pulseiras de marcas como Damiani, H. Stern, Carlos Rodeiro e One Joias (outra joalheria de Salvador), nove colares de Louis Vuitton, Damiani e H. Stern, 12 brincos de Tiffany, Cartier, Louis Vuitton, H. Stern e Carlos Rodeiro, seis braceletes da H. Stern, cinco correntes de Cartier e Carlos Rodeiro, além de dois pingentes e três argolas de marcas não identificadas, pois estavam em uma sacola avulsa.

Sequência

Nesta semana, o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a continuidade das investigações no âmbito da Overclean. No seu primeiro despacho formal, o magistrado também decretou sigilo total ao inquérito, restringindo o acesso às informações apenas ao Ministério Público Federal (MPF) e ao seu gabinete.

A decisão garante que a PF dê continuidade às diligências e buscas relacionadas ao caso, mas foi remetido ao STF devido à suposta participação do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil). A imposição de sigilo significa que nenhum dado do processo será acessível ao público, nem mesmo as partes envolvidas terão acesso irrestrito aos autos.