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Operação "Falsas Promessas" prende 14 pessoas na Bahia

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), as investigações, que duraram um ano, mostraram que o grupo criminoso utilizava rifas ilegais como fachada para lavar dinheiro proveniente do tráfico.

06/09/2024 08h20 Atualizada há 1 semana
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus
Foto: Romildo de Jesus

O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) deflagrou a Operação Falsas Promessas, que resultou na prisão de 14 indivíduos suspeitos de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas. A operação, que ocorreu principalmente em Salvador, mas também se estendeu para Goiás e Ceará, revela a complexidade e a abrangência do esquema ilícito que movimentou aproximadamente R$ 500 milhões.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), as investigações, que duraram um ano, mostraram que o grupo criminoso utilizava rifas ilegais como fachada para lavar dinheiro proveniente do tráfico. Entre os presos estão o influenciador baiano Ramhon Dias e o rifeiro José Roberto, conhecido como Nanam Premiações. Ambos são acusados de integrar uma organização criminosa responsável por promover rifas falsas nas redes sociais, atraindo milhares de seguidores e arrecadando grandes quantias de dinheiro.

O esquema operava através de rifas que prometiam prêmios significativos, mas na prática, os sorteios eram fraudulentos e os prêmios nunca eram entregues. A operação foi desencadeada após a Polícia Civil descobrir que os vencedores dos sorteios eram, na verdade, fakes e que o dinheiro arrecadado era desviado para atividades ilícitas.

“Esse grupo lavava o dinheiro do tráfico de drogas através de rifas com sorteios falsos. A tramitação através das redes sociais e os influenciadores que promoviam essas rifas criava uma falsa impressão de legitimidade”, explicou a diretora do Draco, Márcia Pereira.

Durante a operação, que envolveu cerca de 200 policiais, foram efetuadas 12 prisões em Salvador, além de uma em Goiás, uma no Espírito Santo e uma no Ceará. Sueliton de Almeida Coelho, de 50 anos, resistiu à prisão, foi ferido durante o confronto com as equipes policiais e acabou falecendo. Ele tinha um mandado de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa, sendo identificado como uma das lideranças no bairro Nordeste de Amaralina. A operação resultou na apreensão de dezenas de veículos de luxo, relógios, armas de fogo, munições, celulares, roupas de grife e grandes quantias de dinheiro.

                                                  Foto: Romildo de Jesus

A ação envolveu diversos órgãos de segurança, incluindo o Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), o Departamento de Inteligência Policial (DIP), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), entre outros.

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, elogiou o trabalho da Polícia Civil, destacando a dedicação e o rigor das investigações. “Mais de um ano de operação e diversas medidas cautelares foram fundamentais para o sucesso desta ação. A colaboração entre os estados e o investimento contínuo em recursos foram essenciais para desmantelar esse esquema”, afirmou o titular da pasta.

A Delegada Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, acrescentou que as rifas promovidas pelos influencers eram totalmente fraudulentas, com prêmios que nunca eram distribuídos e arrecadações que eram, na verdade, uma forma de lavagem de dinheiro do tráfico. “As rifas eram fictícias e apenas uma fachada para enganar a população e lavar dinheiro”, afirmou. Em resposta a equipe de reportagem da Tribuna da Bahia, Brito disse que durante a operação, também foram bloqueados cerca de 51 CPFs, com aproximadamente R$ 20 milhões em cada conta.

A delegada agradeceu o apoio do secretário e a confiança depositada nas equipes envolvidas na operação. “Quando a gente faz uma operação como essa, é porque nós tivemos a confiança pelo senhor depositado em nossas equipes, mas também todo o incentivo, toda a disponibilidade de recursos que são necessários através de investimentos que o governo do estado vem fazendo, para que nós pudéssemos desenvolver. Eu quero agradecer também à doutora Márcia e à toda a equipe, toda a Polícia Civil que se empenhou para que isso acontecesse”.

Foto: Romildo de Jesus

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