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Bahia Racismo

Cantora denuncia racismo em SAC na Bahia: "fale na minha cara que tenho cabelo de macaco"

Vítima era atendida por funcionário quando outro cliente a chamou de 'macaca', em Lauro de Freitas. Caso de racismo foi filmado por pessoas que estavam no local.

02/09/2024 08h57 Atualizada há 3 meses
Por: Karoliny Dias Fonte: G1 Bahia
Cantora denunciou racismo em SAC de Lauro de Freitas — Foto: TV Bahia
Cantora denunciou racismo em SAC de Lauro de Freitas — Foto: TV Bahia

Uma cantora denunciou um caso de racismo na unidade de Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. O caso aconteceu na quarta-feira (28), foi filmado por pessoas que estavam no local e viralizou nas redes sociais.

A cantora Marcela Guedes era atendida no SAC, quando uma mulher a abordou. Ela contou para Marcela que um homem, que também esperava atendimento no local, havia dito ofensas racistas relacionadas a ela.

"Veio uma mulher desesperada, tremendo, e me disse: 'você tem que voltar lá, ele está te chamando de macaca, falando que seu cabelo é de macaca'. Tomei um baque, fiquei em choque", contou.

Apesar de ter ficado transtornada com a situação, a cantora decidiu finalizar o atendimento antes de tomar qualquer atitude. Depois, ela foi até o suspeito e o confrontou.

Um vídeo feito pelas pessoas que estavam no local mostra o momento. Marcela desafiou o suspeito a repetir as ofensas racistas na frente dela.

"Tenha atitude de falar na minha cara que eu tenho cabelo de macaco. Racista!", disse.

Na gravação, ainda é possível ver que uma outra cliente do SAC, que não foi identificada, também entrou na briga e gritou com o homem.

"Primeiro que você é burro, que macaco não tem nem cabelo. Segundo que você é ignorante", afirmou.

Durante a situação no SAC, ninguém chamou a polícia. Por ser um crime inafiançável, caso a polícia tivesse sido acionada, o suspeito poderia ter sido preso em flagrante. Segundo Marcela, as pessoas ficaram chocadas com a discussão e ninguém pensou em acionar os agentes.

Ao sair do SAC, ela foi até uma delegacia e registrou boletim de ocorrência. A Polícia Civil confirmou que recebeu a denúncia, mas disse não dispõe de mais detalhes.

"Tem gente que não tem coragem de abrir a boca, tem gente que diz que é 'mi mi mi'. Nós somos a vítima e somos olhados como agressores. O racismo está nos matando todos os dias, não podemos nos calar", afirmou.

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