Em uma oportunidade anterior falei aqui sobre o ChatGPT, o software de inteligência artificial da OpenAI. À época do seu lançamento, o ChatGPT causou muitas discussões sobre a influência e uso da inteligência artificial na sociedade, já que com ele era possível perguntar quase qualquer coisa e interagir como se estivesse conversando com um ser humano. Houve inclusive muito debate nas escolas e universidades sobre como fazer para combater o plágio, já que ele era capaz de responder diversas atividades propostas pelos professores. Neste mês, a mesma empresa fez outro anúncio que gerou um novo debate: o lançamento do ChatGPT 4o. E o que seria isso?
Esta nova versão do mesmo software faz melhorias no funcionamento do ChatGPT, deixando-o mais parecido ainda com um ser humano, e adiciona um mecanismo de interação ao aplicativo que pode ser instalado em seu celular: agora você literalmente conversa com a inteligência artificial usando a falaenquanto o software responde com uma voz semelhante a da atriz Scarlett Johansson. Isso até gerou uma confusão entre a empresa e a atriz, que recebeu uma proposta da OpenAI para que pudessem gerar a voz do aplicativo igual à dela, porém ela recusou. Aparentemente a empresa ignorou a recusa e fez uma voz parecida com a dela.
Mas por que Scarlett Johansson e não outra pessoa famosa? Já que ela recusou a voz, por que não contatar outra atriz e evitar problemas judiciais? A resposta é: Johansson fez a voz da inteligência artificial do filme “Her” e a OpenAI queria muito que seu assistente baseado no ChatGPT tivesse a mesma voz. Para quem não assistiu, este filme conta a história de um homem (Joaquin Phoenix) que compra um assistente pessoal com inteligência artificial para ajudar a organizar sua agenda, compromissos e outras tarefas. Porém ele acaba se apaixonando pela assistente virtual ao ponto de se relacionar com ela o que, obviamente, acaba trazendo alguns problemas para a vida social dele. Não vou contar o final do filme, mas recomendo que assistam.
Pra mim está claro que o que a OpenAI pensou ao criar o assistente com ChatGPT 4o foi justamente a história do filme “Her”. Não estou dizendo que a empresa deseja que seus usuários se apaixonem pelo assistente, mas certamente o filme serviu de inspiração para este produto.
Pelo que é possível ver no vídeo de demonstração feito pela própria empresa – disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RI-BxtCx32s (vídeo em inglês) – o aplicativo funciona de forma bem parecida com o que podemos ver no filme. O usuário pode conversar e fazer perguntas, enquanto a IA responde de maneira a imitar um ser humano. O usuário pode inclusive ativar a câmera, que servirá como os olhos do ChatGPT, para que ela possa ver algo que seja relevante na conversa.
E quais os impactos disso nas vidas das pessoas? Na minha opinião, esse é um passo relevante para o progresso da inteligência artificial e dos assistentes pessoais. Como já escrevi em outra oportunidade, não dá pra parar a evolução da IA, assim como não foi possível parar a revolução industrial. O que precisamos como sociedade é usar a IA de maneira responsável. As próximas gerações precisam estar adaptadas a usar e desenvolver tecnologias de IA e aproveitar os novos empregos que irão surgir a partir daí.
Voltando ao assunto do filme “Her”, realmente também acho que poderá haver casos de pessoas se apaixonando pelo ChatGPT 4o. Afinal, já existem namoradas virtuais em dispositivos portáteis no Japão. Acho que o novo assistente da OpenAI será muito desejado por estas pessoas.
O ChatGPT 4o ainda não está disponível para todos os usuários. Trarei notícias quando estiver amplamente liberado.
Por João Paulo Just Peixoto
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