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Brasil Calor extremo

Poderes se unem para proteger população do calor

Temperaturas mais altas se aproximam com a chegada do verão.

24/11/2023 08h04
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus
Foto: Romildo de Jesus

A morte de uma estudante no show da cantora Taylor Swift por causa do calor excessivo, no Rio de Janeiro, e a previsão de temperaturas ainda mais quentes no verão que se aproxima, levaram os poderes públicos a tomarem providências para amenizar a situação e garantir a saúde pública. Diante disso, a população também já questiona quais serão as iniciativas que empresas, patrocinadores e produtores de eventos vão apresentar para ajudar nesse processo que deve ser colaborativo e que se tornou uma questão de responsabilidade social: climatização, redução na lotação e distribuição de água estão entre as possibilidades.

Em Salvador, a prefeitura informou que irá abrir uma licitação para a compra de águas e de protetor solar, além de estudar ações e políticas públicas de enfrentamento ao calor adotadas em cidades do Brasil e do mundo. Na Câmara Municipal, o debate também vem sendo feito.

Segundo a vice-prefeita Ana Paula Matos, a situação na capital baiana ainda não está calamitosa e as temperaturas estão dentro do previsto, no entanto, o executivo municipal está em constante monitoramento e elaborando um plano de contingência que também deverá ter a participação do trade de eventos.  A mobilização do executivo municipal todas as secretarias e deve resultar em ações em diversas áreas, como turismo, social e saúde.

“Em relação à saúde pública, nós já temos um protocolo, pois estamos seguindo o sistema que o governo federal estabeleceu com orientações. Estamos reproduzindo aqui”, disse ela, que também é secretária de saúde do município, durante a abertura da 2ª edição do Festival Salvador Capital Afro, realizada no Espaço Cultural da Barroquinha.

No legislativo municipal, a vereadora Marta Rodrigues (PT) apresentou um projeto de indicação à prefeitura para que seja garantido o amplo acesso à água para consumo pessoal durante o carnaval e nas festas de verão. A indicação também pede que a prefeitura determine às empresas e produtoras de eventos privados que permitam ao público entrar com suas garrafas de água, seguindo os critérios de segurança, além de disponibilizarem bebedouros ou instalarem ilhas de hidratação.

“Precisamos ficar muito atentos às exigências da nova emergência climática. Salvador é uma cidade que tem um verão também muito quente e é um período de grande circulação de pessoas em festas públicas e privadas em locais abertos e expostos ao sol. As ações devem ser em conjunto. Todos precisam estar, nesse momento, pensando e agindo para proteger a saúde da população.”, frisou.

O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, em suas redes sociais, comentou a morte ocorrida no Rio de Janeiro e frisou a importância do trade de eventos estar atento às mudanças climáticas e ao aquecimento global. “O que aconteceu no show da Taylor Swift foi a maior tragédia que poderia acontecer para um produtor de eventos ou um artista [...] Temos de ser mais pragmáticos. Se houvesse uma nevasca o show teria sido cancelado, assim como se a temperatura do espaço pudesse chegar a 60 graus, o evento teria de ser cancelado do mesmo jeito”, escreveu.

Para Tourinho, “ou garante-se um plano de contingência, algum tipo de climatização, distribuição de água, redução na lotação, fracionamento da arena em quadrados menores com lotação média garantida em cada área, ventiladores, ar condicionados, áreas com sombra, banho de mangueira e caminhão pipa, como acontece em alguns carnavais, ou estamos sendo negligentes. Solução tem, o que não se pode é seguir o baile como se o tempo fosse outro”.

O sinal de alerta dado por Tourinho foi acendido e empresários do setor já começam a discutir o assunto. Eles frisam, no entanto, que Salvador tem um ponto positivo: os espaços para eventos têm boa circulação de ar.

Ao site Bahia Notícias, o empresário Rodrigo Melo, da Pequena Notável, disse que a situação ocorrida no Rio de Janeiro movimentou o trade a discutir o assunto.

“A primeira coisa que a gente pensa quando faz um evento é o local deste evento, condições climáticas e logística. A gente pensa nisso tudo quando planeja um evento. Por exemplo, nós fazemos o Réveillon na Chácara Baluarte, que é um lugar que é completamente agradável, com árvores, com locais de sombra, e que dá pra colocar todo mundo de uma forma confortável. A gente nunca faz em um lugar tipo alçapão, um lugarzinho onde as pessoas tenham aquela arena queimando. Porém, diante de tudo que aconteceu, a gente achou muito importante a distribuição de água”, informou, em entrevista ao site.

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