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Cultura Cachoeira

6ª edição do Festival Cachoeira Agosto do Blues encerra nesse domingo com o Blues no Paraguaçu

Marquinhos Moura fala sobre essa última etapa do festival.

25/08/2023 08h29 Atualizada há 2 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Marquinhos Moura - Foto: Boca de Forno News
Marquinhos Moura - Foto: Boca de Forno News

Álvaro Assmar, o pai do blues baiano, já se apresentou no Festival Cachoeira Agosto do Blues. Segundo Marquinhos Moura agora quem se apresentará no festival é o seu filho, Eric Assmar que fará a sua apresentação no festival. “Eric é doutor em música. Tem estudo, preparo técnico e dá aulas. Tem um conhecimento profundo em música mesmo sendo tão jovem”, diz Marquinhos Moura.

Conforme ainda Moura, ele é um grande guitarrista que conhece a fundo a arte. “Porque foi nas entranhas da arte e foi preparado para isso. “A apresentação dele é no domingo (27), às 10h. É um programa para a família com o blues diurno, que é o último ato do festival no Blues no Paraguaçu”, explica.

Eric trará em sua apresentação um pianista clássico e tocará o delta blues, que nasceu no Mississipi, um estado dos Estados Unidos da América. Na sequencia se apresentará Candice Fiais, que estará com Ícaro Brito, a quem ele chama de “grande músico das cordas”. “Eles farão dois shows com uma proposta que só Cachoeira Agosto do Blues tem”, diz.

Festival 

A 6ª edição do Festival Cachoeira Agosto do Blues começa hoje (sexta-feira, 25) e vai até domingo (27). O evento é gratuito, aberto ao público, e acontece na Praça da Aclamação, no Centro Histórico da cidade, em um cenário de casarões coloniais, que faz parte do conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A proposta é aliar boa música a arquitetura da cidade. "Não por acaso ele acontece no coração da cidade, na praça mais importante de Cachoeira onde tudo aconteceu em prol dos cachoeiranos, da Bahia e do Brasil. É uma praça de muita luta, batalha suor e sangue derramado e que expressa a vida do blues que surgiu da labuta, sofrimento e da dor do povo negro do sul dos Estados Unidos. E transportamos essa ideia para o baixo sul do Recôncavo. Do Mississipi a Cachoeira", disse.

Para ele, esse festival remete ao reencontro dessas raízes negras que mantém viva a força da cultura negra no blues. A programação para essa edição amplia inclusive os dias do festival que eram apenas dois e passa a ser três dias, para aquecer o turismo da cidade. "Tiramos o domingo a tarde, com algo mais local, e trouxemos para a sexta-feira porque os que vem de foram querem curtir mais o blues".

Na sexta (25), às 20h, o Festival tem abertura com as bandas Blues n' Duo e Tamarindo Blues, que é o estilo mais tradicional e mais respeitado do blues. "Para a abertura estamos transportando a plantação de algodão, como nasceu o blues a beira do Rio Mississipi, tal qual estamos a beira do Rio Paraguaçu. Esse festival vem se consolidando a cada ano para esse pública que se prepara para ele. Ele é o único festival com puramente blues tocando. Na sua essência a música negra na cidade negra. O preto blues na preta Cachoeira. É importante que as pessoas tenham a percepção do potencial que tem essa música que de fato tem uma relação histórica com uma cidade como a nossa", disse.

No sábado (26), também às 20h, será a vez das bandas RestGate Blues, Candice Fiais e Mardou Monzel & Banda. Marquinhos ressalta que as mulheres tiveram um papel importante na construção da história do blues na década de 20, mas por serem mulheres não tiveram a visibilidade e o reconhecimento que mereciam. "Imagino elas na década de 20 tocando violão e gaita, a discriminação que predominava. Mas elas resistiram e foram importantes. Por isso estamos aqui acrescentando cada vez mais mulheres no festival porque, independente do empoderamento hoje, elas sempre estiveram. Por isso, no sábado teremos duas bandas com mulheres a frente", explica. 

Já na manhã de domingo (27), como foi dito anteriormente, o show de encerramento será o “Blues no Paraguaçu”, às 10h, quando shows acústicos são realizados sobre as águas do rio Paraguaçu, em um antigo saveiro, pelos artistas Eric Assmar e Candice Fiais. "São esses encontros que só o alto explica. O blues é uma música espiritual porque nasceu da gospel music com a fusão das work songs, as canções de trabalho. O blues é espiritual tal qual a nossa cidade". 

A realização do Festival Cachoeira Agosto do Blues é da produtora Rock and Blues, com o apoio da Prefeitura de Cachoeira. Mais informações podem ser obtidas através do Instagram @cachoeiraagostodoblues.

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