A primeira parcela do décimo terceiro salário deve ser paga aos trabalhadores do regime CLT até esta quarta-feira (30). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 85,5 milhões de brasileiros irão receber o 13º salário em 2022, com o valor médio de R$ 2.672. Com esse valor nas mãos dos trabalhadores, a expectativa é de que a economia brasileira receba uma injeção de R$ 249,8 bilhões.
Entre as opções de uso desse dinheiro, estão as compras de final de ano, a quitação de dívidas, viagens e reformas em casa. Diante desse cenário, o educador financeiro e administrador de empresas Vital Junior, falou sobre a perfil de utilização do 13º pelos trabalhadores. Ele destaca ainda que alguns brasileiros optam por fazer novas dívidas ao invés de quitar as dívidas antigas com esse dinheiro.
"79, quase 80 por cento das famílias brasileiras declaram ter despesas para frente, não necessariamente atrasadas, então, nesse momento, com o 13º entrando, acaba que muitas pessoas fazem dívidas e esquecem das anteriores, ou acabam utilizando também, o que é o mais aconselhado, se tem alguma dívida pendente, utilizando esse valor para renegociar, tentar amortizar e tentar diminuir, principalmente se for cartão de crédito que possui uma taxa de juros bastante elevada", ressaltou Vital.
A estimativa da Confederação Nacional do Comércio é de que no mês de outubro, cerca de 30% das famílias brasileiras tiveram algum tipo de conta em atraso, o que, conforme o educador financeiro, é considerado alto.
“É um percentual alto, se levar em consideração o histórico, vem baixando desde abril, temos diversos fatores, uma certa aceleração na economia, o emprego deu uma acelerada também, diminuindo o desemprego, mais pessoas com carteira assinada, consequentemente, mais pessoas com dinheiro na mão para quitar suas dívidas”, afirmou ele.
A principal dica para a utilização do 13º é a quitação de dívidas, que conforme Vital, pode evitar que elas virem uma “bola de neve”.
“Então, é utilizando essa parcela do décimo-terceiro para quitar débitos anteriores ou se for fazer alguma dívida nova, tentar negociar o pagamento à vista, ter um desconto, utilizar de uma forma mais racional esse valor que está entrando nesse momento, para você não protelar dívidas, aumentando a sua parcela de endividamento”, pontuou.
Já para as pessoas que não possuem dívidas e querem utilizar esse dinheiro para o lazer, comprar móveis novos e reformar a casa, ele sugere ter cautela e colocar no papel os gastos, para não gerar uma dívida.
“A cautela é necessária nesse momento, para fazer o relax, o momento da viagem extremamente importante, ‘ah, quero me sentir bem com minha casa, comprar um móvel novo, mudar a decoração, pintar a casa’, é importante também, mas coloca na ponta do lápis para ver se cabe direitinho no bolso, se isso não vai gerar um endividamento. O problema não é viajar, reformar a casa, comprar o móvel ou alguma outra coisa, o problema é isso sair do controle, gerar o endividamento”, concluiu Vital Júnior.
Reportagem de Emanoele Pilger