O presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador Fernando Torres (PSD), concedeu uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5) para falar sobre a operação da Polícia Federal, nomeada “No Service”, que afastou os secretários municipais de Saúde, Marcelo Britto, e de Governo, Denilton Brito. Fernando falou ainda sobre os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Casa.
Fernando queria esclarecer a população sobre o que aconteceu na cidade no dia de ontem. O presidente confirmou que a operação decorreu de uma denúncia sua, feita na tribuna da Casa em setembro de 2021. Na época, segundo Fernando, a chamada GSM, teria prestado serviços por dois meses à UPA da Queimadinha. “A PF investigou e comprovou os crimes cometidos pelo secretário Marcelo Britto e pela Prefeitura Municipal. De agora em diante haverá mais dados ainda que serão passados para a PF como a venda fictícia do HTO e ainda outros”, disse.
O presidente disse que a Casa não pode pedir o afastamento do prefeito Colbert Martins. Isso só pode ser feito se crimes forem comprovados. “Quem pode pedir esse afastamento é a Justiça Federal. A Câmara vai pedir a PF para que ela possa pedir a Justiça Federal o afastamento do prefeito por 90 dias para que possa fazer uma investigação melhor. Sem a sua presença, que é o investigado, acredito que a PF agirá melhor”.
Uma comissão foi criada na Casa para analisar o afastamento do prefeito. “São muitos crimes cometidos por essa gestão e por isso fizemos essa comissão oficial para analisar os crimes que a Prefeitura está cometendo e se pode ser colocado em pauta o afastamento do prefeito ou não”.
Ele disse ainda que, como presidente da Câmara, não será irresponsável de colocar o afastamento de um prefeito sem porventura não houver cometido crime algum. Por isso a criação dessa comissão que fazem parte pessoas que estão no governo e que não estão.
Torres destaca que o que foi investigado pela PF foi a sua denúncia e que ainda virá a apuração da CPI da Saúde, onde um dos seus itens a operação de compra e venda do Hospital HTO. “Que não foi venda. Foi uma venda fictícia. Um hospital que vale mais de R$ 15 milhões foi vendido com seis cotas de R$ 17 mil. Um absurdo. E quem comprou foi uma parento do secretário. Não precisa entender de economia para ver que a venda foi fictícia para que ele continuasse secretário e mandando recursos para o HTO”.
Para o presidente, cabe prisão do secretário e de outros membros da Prefeitura. “A operação foi nomeada No Service porque o serviço não foi prestado para a população de Feira. Enquanto o povo passa necessidade na área de saúde, os gestores roubando o dinheiro do povo. A PF tem que prender todos esses bandidos que roubaram o dinheiro público”.
Ivamberg Lima
O vereador Ivamberg Lima, mais conhecido como Professor Ivamberg (PT), também participou da coletiva de imprensa como relator da CPI da Saúde. O petista falou ainda sobre a negativa do prefeito de que esteja envolvido na operação que a PF fez na cidade. Segundo o vereador, o que foi publicado pela PF traz parte do relatório da CPI da Saúde.
“Eles devem ter lido esse relatório publicado no dia 29 de julho e acompanhado as oitivas que foram públicas, que foi onde evidenciamos que o secretário Marcelo não tinha nenhuma prova da realização daquela consultoria, que ele não conhecia ninguém na UPA. No relatório ele disse que o serviço que prestava era de ortopedia, sendo que naquela UPA não tem ortopedia. Era um serviço remoto de analisar radiografias, orientar médicos para realizar procedimento de ortopedia quando ali não tinha a especialidade”.
Os crimes apurados pela CPI e que a PF traz são peculato, que é quando o funcionário público se apossa da sua condição para obter vantagens, e foi por isso que Denilton também foi afastado porque ele assinou a nota vinda da empresa de Marcelo. “Denilton autorizou o pagamento da nota a empresa GSM”.
Jodilton Souza
No relatório da CPI, Ivamberg disse que cita Jodilton Souza como o comprador do HTO. Isso porque é dito no documento de uma simulação inicial de venda que o secretário fez para uma parente sua no valor de cota e depois ele disse que essa parente vendeu ao Jodilton. “A Receita Federal vai ter que quebrar o sigilo deles para ver se foi realmente R$ 15 mil por cotas ou R$ 15 milhões a operação inteira”.
Mín. 16° Máx. 26°
Mín. 17° Máx. 27°
Chuvas esparsasMín. 17° Máx. 25°
Chuva