Josefa Maria, representando as pessoas com HIV/AIDS, utilizou a tribuna livre da Câmara de Vereadores de Feira de Santana na manhã desta quarta-feira (2). Dezembro é o mês em que a campanha, instituída pela Lei nº 13.504/2017 e que marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chama a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
Josefa faz parte da Organização Sem Fins Lucrativos “Juntos Pela Vida”, Associação de Familiares, Amigos e Pessoas vivendo com HIV e AIDS. Segundo ela, as pessoas que vivem com o vírus e com a doença na cidade têm o acompanhamento do coquetel de remédios. “Mas precisamos de muito mais coisas porque não é só a medicação. Precisamos de mais apoio psicológico porque o que tem ainda é pouco, mais médicos no posto do Tênis”, diz.
Existe ainda a falta de emprego. Josefa destaca que, quando a pessoa faz o exame para a entrar na empresa e eles percebem o vírus, rejeitam o candidato educadamente. “Como essas pessoas vão viver? Apenas com coquetel? E o apoio maior da Prefeitura em cima deles?”, questiona. Para se estar empregado, diz Josefa, é preciso engolir esse segredo. “É por isso que as pessoas não aparecem. É por isso que aqui não Câmara você não tem mais de três mil pessoas. Porque eles têm medo do preconceito, da rejeição e do desemprego”, lamentou.
Josefa disse ainda que muitas pessoas que possuem HIV/AIDS correram atrás para conseguir uma moradia pelo Minha Casa, Minha Vida e não conseguiram esse direito. Outro direito que não se consegue com facilidade é o benefício no INSS. “Corremos tanto atrás de direitos que chegamos a cansar. Não temos como sobreviver”, queixou-se.
O preconceito ainda é o pior obstáculo e a maior dor de quem possui HIV/AIDS. “No meu ambiente de trabalho tem pessoas que não compram nem a minha água mineral”. Ela foi a Câmara pedir que fosse feito um projeto de lei para ajudar a melhorar a vida de quem possui a doença e o vírus. “A AIDS não está aí apenas no mês de dezembro, ela está aí o ano todo. A cada minuto mais pessoas adquirem essa doença por falta de informação”, fala.
Com a pandemia, Josefa diz que as pessoas que tem HIV/AIDS não conseguiram apoio de ninguém. Eles conseguiram apoio apenas entre eles mesmos. “No centro não conseguimos nada. Houveram pessoas que passaram fome”, disse.
Como mensagem, Josefa ressalta que o preconceituoso de hoje pode ser o portador de amanhã. “É preciso refletir que hoje as pessoas podem estar criticando, mas amanhã podem estar no lugar de quem possui. É preciso que se vigie. É preciso amar e respeitar porque quando existe ambos entre as pessoas, tudo muda”, finalizou.
Com informações do repórter Reginaldo Junior.
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