Emagrecer é um dos maiores anseios das pessoas que sofrem de sobrepeso ou obesidade. Dietas hipocalóricas, programas de atividade física e tratamentos medicamentosos são recursos largamente utilizados por pessoas que desejam emagrecer. No entanto, grande parte dos indivíduos que conseguem, retornam ao peso inicial entre seis e nove meses após descontinuarem o tratamento. Isso explica porque os pacientes estão sempre buscando diferentes soluções na tentativa de emagrecer. As consecutivas frustrações após inúmeros tentativas de emagrecimento culminam com a decisão de realizar um tratamento cirúrgico, daí o crescente aumento da procura pela cirurgia bariátrica.
“O paciente quando busca o tratamento cirúrgico para a redução do peso já tem um histórico de tentativas sem sucesso para o controle da obesidade”, explica o cirurgião bariátrico Adriano Rios, diretor do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade). A cirurgia bariátrica é uma alternativa que permite a redução do peso e o controle de várias comorbidades associadas à obesidade, no entanto, o especialista explica que cirurgia de redução do estômago não é mágica e que o paciente precisa estar consciente e ser bem informado pela equipe médica sobre a necessidade de adotar um novo estilo de vida e de manter o acompanhamento da equipe multiprofissional após a cirurgia.
“A obesidade é uma doença crônica e como tal deve ser controlada durante toda vida”, enfatiza o médico.
Para desenvolver ações mais efetivas no combate à obesidade, o NTCO realizou um estudo com 705 pacientes obesos e candidatos à cirurgia bariátrica. A idade dos pacientes variou entre 18 e 75 anos, com média de 36 anos. O estudo, validado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e publicado na Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, é de autoria de Layanne Rodrigues Trindade Sampaio, Jéssica Souza dos Santos Barbosa, Wagno Alcantara de Santana, Emile Miranda Pereira e Jessica Santos Costa, pesquisadores da UFBA, além de Cláudia da Silva Daltro e Carla Hilário da Cunha Daltro, que além do vínculo com a universidade são membros da equipe multidisciplinar do NTCO.
O estudo analisou o histórico das estratégias de emagrecimento dos pacientes portadores de obesidade, visando identificar a pluralidade de tentativas para perda de peso que culminaram na procura pela cirurgia bariátrica.
“Ao compreender a trajetória desses pacientes, os fatores que contribuíram para o início e manutenção da obesidade ficam mais claros. É um conhecimento que ajuda a nortear ações mais efetivas nos diversos tratamentos, com a construção de orientações individualizadas tanto para mudanças no estilo de vida quanto para o plano terapêutico após o tratamento cirúrgico”, explica Cláudia Daltro, nutricionista do NTCO e uma das autoras do estudo.
Os fatores associados às estratégias de emagrecimento considerados neste estudo foram: o sexo, o IMC, a idade, a escolaridade, a situação conjugal e a fase em que iniciou o ganho de peso. A maioria dos pacientes eram do sexo feminino (71,1%),
Estudo
A pesquisa confirma que são as mulheres que mais tentam emagrecer, pelos mais variados métodos, inclusive com a cirurgia bariátrica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a mulheres representam 76% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
Dentre as estratégias para perda de peso que já haviam sido usadas pelos pacientes antes de buscarem a opção cirúrgica, dieta (84,5%), atividade física (80,6%), remédios (68,7%), shakes (60,4%), fórmulas (53,9%), chás (53,2%), acupuntura (14,8%), tratamento ortomolecular (8,1%) e Spa (7,2%).
Na comparação entre os sexos, a prevalência de estratégias voltadas para perda de peso foi consideravelmente diferente entre homens e mulheres. 77% das mulheres avaliadas já haviam recorrido a remédios para emagrecer, enquanto dentre os homens, 47% usaram medicamentos. 66% das mulheres já substituíram refeições por shakes, enquanto dentre os homens esse índice foi de 45%. A maior parte das mulheres (63%) usaram “chás emagrecedores” enquanto, dentre os homens, apenas 27% fez uso de chás.
A atividade física foi o principal recurso usado pelos homens (82,8%) na busca do emagrecimento. Eles tiveram uma adesão aos exercícios físicos levemente maior que as mulheres (79,6%).
Os pacientes que iniciaram a obesidade na infância foram os que mais utilizaram as dietas, os shakes e os chás em comparação aos pacientes que iniciaram a obesidade na adolescência ou na fase adulta da vida, porém apenas o uso dos chás apresentou diferença estatística significante.
Com relação à escolaridade, o grupo com menor nível educacional (até o 2º grau) apresentou menor percentual em relação a todos os métodos de emagrecimento, com exceção do uso de fórmulas.
Tratamento Cirúrgico
Quando a obesidade chega a um nível crítico com outras doenças associadas e a dieta, associada aos exercícios físicos, não produz efeito, a intervenção cirúrgica é uma alternativa eficaz e resoluta. De acordo com o médico Adriano Rios, “a cirurgia é recomendada em casos específicos, quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna o procedimento cirúrgico a opção mais indicada”. Além de tratar a obesidade, a cirurgia também apresenta um alto índice de resolução de doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão, apneia do sono, esteatose hepática, dentre outros.
Apesar de ser bastante segura, a cirurgia bariátrica apresenta riscos como qualquer procedimento cirúrgico e deve ser realizada por profissionais qualificados e em centros especializados. O paciente precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar antes e depois do procedimento. Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente. A análise do paciente envolve vários exames. É importante que o paciente esteja bem informado sobre o procedimento, o pré e o pós-operatório e os hábitos que terá que adotar após a cirurgia.
Ter uma alimentação saudável, combater o sedentarismo e praticar atividade física regular são fatores fundamentais na prevenção do sobrepeso e da obesidade, assim como das inúmeras doenças associadas ao excesso de peso.
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