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Doença de Parkinson: isolamento social é o mais recomendado para pacientes em meio à pandemia

Doença de Parkinson: isolamento social é o mais recomendado para pacientes em meio à pandemia

12/04/2020 02h26
Por: bocadeforno

Com aumento nos números de casos confirmados e o assustador cenário internacional por conta do novo coronavírus, a população tem se preocupado e aderido as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades de viver em isolamento social. Segundo um balanço da agência France Presse, mais de um terço da população do mundo segue a medida que orienta que as pessoas permaneçam em casa, evitando a exposição a aglomerações e a pessoas ou ambientes potencialmente contaminados. 

A recomendação deve ser seguida com ainda mais rigor por quem convive com a doença de Parkinson, que causa um distúrbio do movimento do corpo, devido a um processo degenerativo do sistema nervoso. O neurologista da Singular Medicina de Precisão, Felipe Oliveira, ressalta que apesar de ainda não haver na literatura médica dados que apontem que esses pacientes apresentam maior risco de desenvolver a COVID-19 ou sua forma mais severa, eles são, em sua grande maioria, idosos, fazendo parte do grupo de risco. 

“O Parkinson tem uma prevalência, na população geral, de 100 a 150 casos para cada 100.000 pessoas. Quando observamos a população acima de 70 anos, esse número aumenta de forma significativa, chegando a 550 casos para cada 100.000 pessoas. Ou seja, a população idosa tem maior risco de desenvolver a doença, aumentando o risco a partir de 50 anos. Porém, isso não quer dizer que pessoas mais jovens não possam desenvolver a doença. Existem casos mais raros chamados de "doença de Parkinson de início precoce”, ressalta o médico.

Conscientização sobre a doença

O dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, em 11 de abril, foi criado principalmente para reforçar as informações sobre o tratamento e as dificuldades enfrentadas pelos pacientes que convivem com a enfermidade, que já é conhecida há milênios, com registros no Ayurveda, considerado o primeiro sistema médico do mundo, desenvolvido na Índia que tem os primeiros escritos em 1.000 a.C. 

Porém, somente no início do século 19, que James Parkinson descreveu a doença conforme as normas científicas e publicou sobre o que chamou de "paralisia tremulante". De lá para cá, o conhecimento sobre a doença vem se desenvolvendo, com reconhecimento do processo de adoecimento cerebral e os possíveis tratamentos. 

“A doença manifesta de diversas formas. Os sintomas mais comuns são o tremor de repouso, a lentificação e pobreza dos movimentos, chamado de bradicinesia, e o enrijecimento muscular, chamada de hipertonia. Porém, além desses sintomas motores, há os chamados sintomas não motores, como prisão de ventre, disfunção erétil, quedas de pressão e depressão”, explica o neurologista da Singular Medicina de Precisão.

Tratamento

O neurologista Felipe Oliveira ressalta que, por enquanto, não há um tratamento que permita curar a doença. Ele ressalta que as medidas que a Medicina dispõe atualmente são voltadas ao controle dos sintomas. “Por exemplo, a levodopa, considerada a opção de primeira linha da doença, ajuda bastante no controle dos tremores e na melhora da rigidez. Ainda assim, não se trata de cura, mas de contenção dos sintomas”.

Existem também as opções medicamentosas, as medidas não farmacológicas, como fisioterapia, acompanhamento com fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia e dentre outros, que permite uma melhor evolução dos doentes, sendo altamente recomendado o acompanhamento multiprofissional.

O Parkinson afeta mais os homens que as mulheres. Porém, não há uma distância muito grande entre os sexos. A proporção é de 3 pessoas do sexo masculino para cada 2 do feminino. A sobrevida dos pacientes com doença de Parkinson é variada, dependendo de fatores clínicos e laboratoriais. Por exemplo, aqueles com declínio cognitivo, como problemas de memória, linguagem ou atenção, têm mais risco de morrer precocemente em comparação aos seus pares de mesma idade na mesma população. O mesmo acontece em relação aos pacientes com instabilidade postural, que é uma dificuldade em reassumir o equilíbrio. 

“De uma forma geral, a sobrevida é igual ou próxima à da população como toda. Claro, cada caso precisa ser individualizado, não se pode condenar alguém baseado apenas nas características da doença. O acompanhamento, tratamento e reabilitação são fatores que auxiliam na qualidade de vida e na prevenção de complicações”, finaliza Felipe Oliveira.

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