Os desafios da má administração da cidade de Feira de Santana

Foto: ACM

Feira de Santana é uma cidade grande, com problemas típicos de grandes cidades, cujos habitantes merecem qualidade de vida, segurança, saúde e educação. A má administração pública, a corrupção, a fraude, a lentidão, a falta de planejamento, a falta de transparência e a falta de bom senso afetam a vida de todos, mas existem caminhos simples e que podem ser realizados em um espaço de tempo de seis meses a um ano que com um custo praticamente zero melhorariam bastante a qualidade de vida dos feirenses.

A gestão pública em Feira de Santana é marcada pela má administração de recursos e serviços. Os problemas de corrupção, lentidão, descaso e falta de fiscalização são repetidos desde a infância, com consequências em todas as áreas: saúde e educação falham em atender as necessidades da população, a infraestrutura e o transporte são precários, a limpeza urbana é deficiente e a segurança pública não traz confiança. Doenças, criminalidade, falta de oportunidades e necessidade constante de socorro são o resultado, e o pior: os filhos não conseguem escapar.

O que gera esse fiasco? Certamente é a má gestão, e um dos maiores desafios é a ausência de orçamento para efetivar ações básicas. Contudo, a Economia ensina que não se pode administrar algo sem ter metas, e muitas falhas são originadas pela falta de planejamento, como a Avenida Artêmia Pires — é como acreditar que um travesseiro irá te ajudar a voar.

As falhas da administração pública têm um impacto direto e extremamente negativo no bem-estar da população, na segurança e no emprego dos cidadãos, e na qualidade da educação e da saúde. Preconceitos e autossugestões, tão comuns em nossa cultura, não devem ser levados em conta. A vida das pessoas não pode ser uma questão de sorte. Quando um carro bate em um buraco ou um ônibus tomba, a culpa não é do motorista; é de quem não cuida das ruas. Quando um familiar tem um problema de saúde, a solução não está somente em rezar para que Deus mande a cura; é em ter um sistema de saúde que funcione e atenda as pessoas da forma como devem ser atendidas.

A insatisfação é tão grande entre as pessoas que a mencionam em muitas conversas. Mas o que se escuta são apenas reclamações. Poucas são as abordagens que pensam em soluções. Além disso, não estão fundamentadas em dados e informações que demonstrem essas más condições. Não se tratam de críticas por espírito de contrariedade, mas da constatação de que as crianças não têm acesso a uma educação de qualidade, que as condições de segurança estão abalas, que os serviços públicos básicos não funcionam e que o cotidiano é marcado por medo e angústia. Essa situação afeta as crianças, as mães, os pais e os avôs de forma diferente, mas afeta a todos. E por que apenas uma parte da população se manifesta?

A gestão da Prefeitura de Feira de Santana apresentou, em diferentes áreas do governo, sinais de lentidão, desinteresse, falta de vontade política e ausência de uma estratégia bem definida. Todo esse cenário de falta de planejamento e de transparência foi potencializado pela  crise que o Brasil e o mundo enfrentam. Contudo, a lenta recuperação econômica não deve servir de justificativa para os problemas que persistem na cidade.

Apesar de vários fatores terem contribuído para a situação precária em Feira de Santana, os principais responsáveis são a má administração e a corrupção. Se a administração pública estivesse seguindo um planejamento adequado, provavelmente não haveria tantas reclamações e a população estaria se sentindo satisfeita e em segurança. É possível perceber que o município está fazendo de errado não é tão difícil de corrigir. São ações simples, que podem ser realizadas com pouco ou nenhum custo e que, se implementadas, trariam um impacto extremamente positivo na vida dos cidadãos.

Por Alberto Peixoto