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A relação sexual é, basicamente, um encontro entre corpos. Quando existe intimidade, a conexão ultrapassa a carne e alcança a energia mais profunda de dois seres. Para que os corpos possam de fato se conectar, devem estar unidos por um interesse comum, por um desejo atentamente cultivado, que gera uma forma de atração, de química, uma espécie de DNA apaixonado que provoca a ligação sexual.
Abrir o coração para a outra pessoa faz com que a alma também esteja ali para a conexão, criando uma dimensão espiritual no relacionamento sexual. A resposta a uma situação em que uma pessoa está inclinada ao sexo, mas a outra não, é encontrada no consentimento claro: deve haver concordância mútua, e a vontade de ambos os envolvidos, mais que qualquer norma social, deve prevalecer. A sexualidade é, portanto, um ato que envolve não apenas os corpos, mas também as almas.
Sem a participação da alma — por mais encantador que o corpo seja —, os amantes estão apenas se masturbando. O que de fato conecta as pessoas em um relacionamento sexual é o sentimento que compartilham. Ter uma conexão, visceralmente poderosa e emocional, com o corpo inteiramente diferente do seu cria uma junção enigmática. O sexo se transforma em uma experiência satisfatória, não apenas no sentido físico, mas também na fundação espiritual que nasce entre os amantes.
Essa vulnerabilidade que nasce nos encontros sexuais é extremamente nutritiva para a alma; a sensação de conexão e intimidade, a liberdade para ser livre, aberta e rotundamente você nos braços de alguém que aceita essa verdade é a necessidade do ser humano. A busca pelo prazer ultrapassa a carne e alimenta a alma.
A relação sexual envolve o ato físico, mas também a conexão profunda entre duas pessoas que se entregam uma à outra com todo seu ser de forma íntima e privada. Dois corpos se fundem num único corpo e têm a capacidade de produzir um filho, que não pode sobreviver no outro corpo, mas somente na interação entre ambos, que permite gerar uma nova vida. Ao mesmo tempo, duas almas também se fundem no momento da união e geram amor — embora esse fruto seja mais difícil de perceber e, portanto, menos valorizado.
A sintonia entre as almas está relacionada à energia que nasce quando elas se unem, à espiritualidade da sexualidade, que transcende a experiência física. Por isso, nem sempre a relação sexual implica intimidade de verdade, pois o mais profundo contato da conexão íntima está ligado ao encontro emocional entre as almas. A falta dessa dimensão faz com que esses momentos sexuais, sem esse elo, sejam como qualquer outro ato; ainda assim, é fundamental destacar que não existe errado ou certo, apenas adequado para o momento de cada um.
A conexão entre corpos e almas faz a relação sexual ser, de fato, uma relação íntima, pelo menos do ponto de vista espiritual. É claro que o sexo não serve só para isso; o desejo, a necessidade do corpo também são grandes e importantes. Se observarmos de um ponto de vista não espiritual, a sexualidade deve ser vivida, deve ser praticada para satisfazer necessidades do corpo. O sexo é uma necessidade do corpo e, ao satisfazê-la, ainda ajuda a nos fortalecer e a proteger contra maus pensamentos.
Quando a alma se une a outra, então algo, de fato, se torna sagrado e essa santidade entra nesse sexo. Essa energia, essa força que decorre dessa conexão das almas, é indescritível. É algo que aconteceu entre Deus e o ser humano, é parte da imagem de Deus, na criação do ser humano, revelada no momento do amor. Entretanto, para que esse tipo de conexão ocorra, é necessário abrir-se, o que nem todo mundo consegue fazer. Algumas pessoas consideram até que são bandeiras vermelhas e preferem manter a emoção longe do sexo. Mas é importante refletir que, quando a alma se abre no ato sexual, surge um momento magnífico da sexualidade.
A intimidade emocional está relacionada com a parte espiritual da sexualidade. Isso inclui a energia que as duas pessoas compartilham durante uma relação sexual. Pessoas com maior intimidade e espiritualidade sentem que estão compartilhando sua alma com a outra, que neste momento é uma só.
Antes que as pessoas se abram emocionalmente para fazer sexo, é fundamental existir certa intimidade entre elas. Essa abertura deixa as pessoas vulneráveis, e nesse momento o outro deve ser capaz de expor a alma para que a conexão verdadeira aconteça. Quando isso não ocorre, é possível que a pessoa tenha um bloqueio na parte emocional e tenha negociado a parte da intimidade, fazendo com que ela possua somente a satisfação biológica.
A relação sexual diferencia o mero ato físico sexo e o encontro entre duas almas que culmina em uma fusão espiritual também conjunta. Em outras palavras, para os corpos poderem se experimentar em plenitude e serem levados ao êxtase, também as almas devem fundir-se e experienciar esse mesmo prazer no mesmo momento.
Por Alberto Peixoto
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