O quadro “Palavra de Médico” deste domingo (27) falou sobre câncer no intestino. O médico Tarcízio Pimenta explica como identificar, fatores de risco e diagnóstico. Nesta semana, a cantora Preta Gil morreu, aos 50 anos, vítima de câncer colorretal, trazendo um alerta importante sobre essa doença, que atualmente vem afetando com frequência pessoas mais jovens.
O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso (cólon e reto). Geralmente, tem origem em pólipos, lesões benignas que podem se desenvolver na parede interna do intestino. O diagnóstico precoce é fundamental, pois a doença, quando detectada em estágios iniciais, tem altas chances de cura.
Tarcízio ressalta que esta doença está realmente matando muitas pessoas. O intestino se divide em ascendente, que fica ao lado direito, e o sigmoide, que fica ao lado esquerdo, é descendente e vai até o reto. “Essa doença está aumentando porque os hábitos de vida estão sendo afetados. Era uma doença que só aparecia a partir dos 60 anos e hoje está com muito frequência abaixo dessa idade. As pessoas estão se alimentando mal com alimentos ultraprocessados, sedentárias, obesas, não bebem água, não mastigam o alimento direito e o intestino precisa de tudo isso”.
No intestino, ressalta, reside uma série de bactérias que precisam ficar em equilíbrio. “Toda vez que o desequilíbrio acontece vem alguma doença. A mais famosa é a disbiose intestinal, que é um dos fatores de câncer, que vem das bactérias ruins no intestino. São mais de 50 mil casos por ano de câncer de intestino”.
É preciso comer fibra, proteína boa como ovo e frango e come comidas que o médico considera como “porcarias”. “A fibra é importante para acelerar o trânsito intestinal e impedir o crescimento de bactérias ruins e a inflamação. Tem que comer ao menos cinco porções de fibras todos os dias. Elas envolvem frutas, vegetais para que seu intestino funcione bem”. Já foi comprovado ainda que o consumo excessivo de carne vermelha pode causar o crescimento do câncer.
Preta falou nos veículos de comunicação que ficava até dez dias sem defecar. “Não é normal isso. As pessoas devem fazer a obra todos os dias e se não for todos os dias de dois a três dias no máximo porque as substâncias que ficam dentro do seu intestino são tóxicas, inflamatórias e causam problemas para as pessoas. Ter constipação não significa que você vai ter câncer, mas você tem que ter cuidado para que isso não se prolongue”.
A cantora percebeu ainda que quando as fezes saiam, elas saiam em fitas, que podem ser um sinal de câncer no intestino. Esse tipo de fezes com o aspecto achatado ou muito fino, como se fosse uma fita, podem indicar que uma lesão está dificultando a passagem no intestino. “Tem que observar o tipo de fezes que está sendo eliminada. Não pode ter nojo, tem que olhar porque ali pode ter algum sinal. A doença por vezes é silenciosa”.
Pode haver ainda dores abdominal, sangramentos nas fezes, elas estarem muito escuras, emagrecimento excessivo, anemia, fraqueza, fadiga. “Alguma marca ou caroço na barriga. Corra para o médico e mostre para ele que alguma coisa não está funcionando bem. Isso pode ajudar no diagnóstico”.
Um exame importante é a colonoscopia. A colonoscopia é um exame endoscópico que permite visualizar o interior do intestino grosso (cólon) e, em alguns casos, a parte final do intestino delgado (íleo terminal). É usada para diagnosticar e, em alguns casos, tratar condições como pólipos, câncer colorretal, doença inflamatória intestinal e sangramento gastrointestinal. O exame é realizado com um colonoscópio, um tubo flexível com uma câmera na ponta, que é inserido pelo reto.
“O Inca, Instituto do Câncer, e o Ministério da Saúde estabelecem 45 anos para ser feita a primeira colonoscopia. Depois de dois em dois ou de três em três anos fazer de novo. Se tem algum caso de câncer na família, antecipa dez anos. Se você teve um caso na família de alguém com 30 anos, com 20 anos você já deve fazer esse exame. Existe a ação genética, mas não quer dizer que é apenas ela. Os fatores ambientais são fundamentais”.
Ao fazer a colonoscopia, detectado um pólipo, manda para fazer a biopsia. Descobriu, tratou e resolveu o problema. “Não é que todo pólipo vai virar câncer, mas a grande maioria dos pólipos podem malignizar e virar câncer. Essa doença tem uma sobrevida de cinco anos. A preta morreu com dois anos e meio. Isso porque o câncer dela foi mais agressivo. Ela fez várias cirurgias e no final teve que tirar o reto. Fez quimioterapia, radioterapia e um tratamento nos Estados Unidos, mas não conseguiu. Fica o alerta para essa doença em pessoas mais jovens”, finaliza.
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