Lucio Agra, professor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), campus Santo Amaro da Purificação, falou sobre a revogação da doação do terreno concedido a Prefeitura para a instituição. Para o professor, o prejuízo maior é da sociedade santamarense. “Devo lembrar que esse campus é uma antiga reinvindicação de toda a comunidade. E a UFRB, que nesse ano comemora 20 anos, busca criar uma qualificação profissional de alto nível”.
O campus recebeu a doação em 2012 e não foi possível ocupar o espaço, mas há um projeto para ele que é inclusive um local de siginificação histórica para a cidade. “Isso enfraquece a pretensão de tantas pessoas importantes. É um prejuízo para os alunos atuais, para os professores, porque desmotiva e traz o receio da própria permanência na cidade, e uma substituição insólita. Não consigo compreender como um administrador público pode achar que é mais interessante para a cidade um supermercado do que uma universidade”.
A alegação ainda é que a universidade tinha um prazo de quatro anos para começar as obras e que ele não foi obedecido. Mas o professor disse que a solicitação para a renovação do prazo. “As universidades federais brasileiras enfrentaram uma sequência de cortes na educação que começou no impeachment de Dilma Rousseff e continuou com Temer e Bolsonaro. Nem preciso apresentar argumentos para isso, qualquer um pode procurar as inúmeras reportagens que existem a respeito disso”.
As universidades, a duras penas, tentam se recuperar agora. “O projeto executivo já existe e só não foi colocado em prática por isso. A UFRB tem ainda um jurídico e conhece os trâmites desse tipo de situação, sabemos como funciona, mas as circunstâncias não foram favoráveis no sentido de podermos construir nosso campus. Que fique claro que não é por nossa vontade que estamos vivendo a situação de precariedade no campus atual que está aberto e qualquer um pode ver o que tem aqui”.
Ainda conforme o professor, é em Santo Amaro que está a unidade da UFRB que mais produz projetos de extensão. “Ou seja, coisas voltadas para a própria comunidade. Ainda onde estamos, em um colégio de segundo grau e não ocupando o campus que queremos. Temos lutado com a direção para construir nosso campus”.
Essa “nefasta notícia”, salienta ainda o professor, os pegou de surpresa justamente quando estava sendo feira uma reunião pedagógica para começar o semestre. “É uma situação que impacta o nosso ânimo de trabalho, mas não esmorecemos. Continuaremos aqui e lutando para ter o nosso campus”.
A sessão foi suspensa e abriu-se um diálogo entre a direção da UFRB e o poder público municipal. Questionado se há alguma esperança, ele diz que a luta é pelo projeto que já foi feito e está pronto. “Vamos lutar pelo local que acreditamos que nesse momento está disposto, portanto, acreditamos na reversão desse processo. Mas não é verdade que não tem havido diálogo. A direção antiga e a atual tem buscado diálogo constantemente, inclusive logo após a posse da atual administração”.
O diálogo está aberto, porque universidade é local para isso, diz o professor, mas o objetivo é buscar realizar no local já previsto. “Não é apenas um desejo, é uma realidade porque já temos o projeto, ele é exequível, está pronto e pode ser feito. Isso depende de um custo que nesse momento não temos condições de bancar. Os argumentos foram apresentados. O que é mais importante é entender que a universidade está aqui e é de tremenda importância para a comunidade”.
A proposta para uma outra área é uma possibilidade para o debate. “Só acho que retirar de nós a possibilidade de fazer um campus de uma universidade federal naquele local e substituir isso por um supermercado estamos perdendo todo esforço empenhado nesse projeto. Temos entre nossos professores arquitetos, engenheiros, estudiosos. Há todo um trabalho que foi feito nessa direção e ele, com o devido aporte financeiro, pode tornar esse campus um dos mais importantes dessa universidade do Recôncavo Baiano”.
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