O Boca de Forno News conversou com Marcos Silva, presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana (SICOMFS), que falou sobre as vendas em 2024 em Feira de Santana. Segundo ele, foi um ano de muitos desafios e incertezas econômicas. “Tivemos coisas muitos positivas e outras muito preocupantes. O emprego e renda ficou em alta, mas a questão fiscal tem atrapalhado. A variação do dólar também nos preocupou, mas em suma o trabalho realizado foi muito bem feito e por isso quero parabenizar os empresários e comerciários de Feira de Santana”.
A estimativa de crescimento era ousada que era de 10%, ressalta. “Esse seria o valor para cobrir o aumento de carga tributária que teve. Vários impostos aumentaram ao longo de 2024 e o próprio crescimento do salário. Esperando o crescimento de 10% fechamos o ano com o crescimento de 13%, ou seja, 3% acima do esperado. É muito bom e para se comemorar. Feira de Santana continua mantendo a média acima da Bahia e do Brasil”.
Marcos lembra que houve um momento de custos muito grande nesse período e, quando aumenta imposto e inflação, tira o poder de compra das pessoas. “Se você pagava R$ 10 em um produto e passa a pagar R$ 11, se tirou R$ 1 da sua carteira e não tem mais ele para gastar, não tendo como consumir da mesma forma de antes. Mas as coisas irão equilibrar e graças a Deus não aconteceu isso. Daí que tivemos esse resultado. Mesmo com muitas incertezas temos muito o que comemorar”.
Os produtos mais vendidos, disparado, foram os alimentos e bebidas. “Isso pode se constatar com a quantidade de supermercados e atacados que abriram na cidade e todos com grande fluxo e movimento. Os produtos tradicionais também tiveram um bom desempenho. Com o aumento do imposto dos sites, as pessoas voltaram a comprar no comércio local. Isso também foi positivo. Sabemos que aumento de imposto não é solução para nada. Era para estancar uma sangria desses produtos entrando no Brasil sem controle e sem pagamento de imposto”. O que se queria não era que esses sites pagassem mais imposto que o produto brasileiro, mas que pagasse igual.
Calçados e confecções ficaram em segundo lugar de vendas. Depois, alguns seguimentos que vem crescendo como joalherias, semijóias e perfumarias. “A perfumaria masculina vem crescendo muito porque os homens estão se cuidando mais e isso é uma boa notícia”.
Se chegou a esses números porque o Sindicato é filiado ao Fecomércio que também é filiado a CNC, Confederação Nacional do Comércio. “Temos um departamento de economia que faz todo esse levantamento apurado com cruzamento de dados e traz para nós esses números”.
Black Friday
Alguns comerciantes dizem que essa data pode atrapalhar as vendas de final de ano. Marcos acha que essa preocupação é verdadeira. “Sempre tivemos essa preocupação da Black Friday com o Natal. Ela é uma data importante, nasceu no Estados Unidos, mas lá é diferente daqui. Lá é fechamento da coleção de verão e entrará o inverno no hemisfério norte. Acabamos importando isso e os empresários se preocuparam se venderia o produto com desconto e no Natal seu cliente ficaria sem comprar. O que aconteceu é que o brasileiro é hábil e alguns seguimentos, como eletrônicos e móveis, saíram na frente e depois o varejo, de modo geral, aprendeu que o cliente da Black quer preço e condições diferenciadas e não promoção enganadora”.
Então, os empresários venderam seus produtos e deixaram os produtos da última coleção para o Natal. “As pessoas querem presentear no Natal com um produto diferenciado e um presente que marque. Acabou tudo dando certo porque o empresário, muito hábil, aprendeu a trabalhar na Black Friday e deixar os produtos especifico do Natal para o final de ano”. A linha branca, junto com os eletrônicos, aproveita muito bem também essa data. “Todo esse material das pessoas que arrumam suas casas aproveita esses preços diferenciados, realmente. Geralmente são produtos de modelos antigos”.
Natal
As vendas de Natal foram positivas. “O movimento até o Natal foi grande. O Feiraguay foi muito bem, as lojas de brinquedos infantis. Todo mundo que se preparou bem, estava estocado, treinou a equipe e fez propaganda vendeu bem. Quem não vendeu pode colocar a lupa dentro do seu próprio negócio e ver o que aconteceu de errado porque todo mundo vendeu muito bem, até um pouco acima da expectativa”.
Convenção coletiva
Sobre esse assunto, ele disse que espera que ela seja fechada o quanto antes para que no início de janeiro, onde tem uma queda nas vendas e se aproveita para dar férias coletivas e a parte da equipe porque se tem uma grande saída de feirenses para as praias. “É hora de arrumar a casa. Fez o caixa em dezembro e arruma a casa agora, dar uma reformada, pintura ou treinamento da equipe para que todos fiquem em alto padrão e que Feira de Santana continua sendo um exemplo para a Bahia e o Brasil”, finalizou.
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