Nesta última sexta-feira, dia 19 de julho de 2024, ocorreu o maior apagão tecnológico já registrado na história. Milhares de computadores e servidores Windows pararam de funcionar, prejudicando a execução de vários serviços mundo afora. Mas o que aconteceu de fato?
Primeiro vamos manter a calma! Diferente do que algumas pessoas alarmantes andam espalhando por aí, não foi nenhum ataque hacker. O que aconteceu de fato foi que uma atualização defeituosa de uma ferramenta de cibersegurança de uma empresa chamada CrowdStrike causou uma falha de inicialização nos computadores dos seus clientes. Apenas usuários da empresa CrowdStrike foram afetados.
A CrowdStrike é uma empresa que desenvolve ferramentas de segurança para sistemas computacionais e uma delas, a que foi afetada, é justamente um software para bloquear ataques cibernéticos nos computadores. Porém, como todo sistema computacional, esta ferramenta recebe atualizações via Internet. Nesta semana, havia um bug em sua atualização que impedia que os computadores que possuíssem esta ferramenta instalada inicializassem. Quando o computador era ligado e o Windows começava o processo de inicialização, um driver da CrowdStrike travava todo o processo.
Devido a este driver defeituoso os computadores não inicializavam. Em vez disso, era exibida a “tela azul da morte”, tão conhecida pelo pessoal de TI e por alguns usuários. Aí que estava o problema: se o computador pelo menos ligasse, a CrowdStrike poderia enviar uma atualização de correção e estaria tudo bem, mas os computadores não ligavam! Sobrou pro pessoal da TI. A solução era ir presencialmente nos computadores e servidores, um a um, excluindo um arquivo relacionado à atualização defeituosa.
Tela azul da morte - Fonte: Tecnoblog
Enquanto os computadores não eram consertados os serviços ficavam fora do ar. Balcões de check-in em aeroportos, bancos, serviços de cobrança em cartão, laboratórios de análises clínicas… Enfim, toda empresa que utilizava o software da CrowdStrike ficou fora de operação. No Brasil o impacto não foi muito grande pois havia poucos clientes desta ferramenta por aqui. Usuários domésticos e de pequenas empresas também passaram ilesos.
Alguns experts da área aproveitaram o episódio para fazer críticas ao monopólio da Microsoft no mercado de sistemas operacionais – tirando o MacBook daquele amigo rico você já viu algum computador que não usasse Windows? É muiro raro!
Apesar de me opor ao monopólio da Microsoft tenho que discordar desta crítica. O problema não aconteceu no Windows, mas no software da CrowdStrike. Inclusive, um problema em massa, também causado pela mesma CrowdStrike, afetou sistemas Linux ainda este ano. Me parece que quem precisa tomar mais cuidado com o desenvovimento de seus softwares é a CrowdStrike.
Por João Paulo Just Peixoto
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