Uma realidade que tem preocupado os brasileiros e baianos são as amputações de membros que cresceram no país nos últimos anos. Devido a alguns fatores risco como tabagismo, hipertensão, insuficiência renal, histórico na família e principalmente pela diabete, muitas pessoas têm sido acometidas por esse procedimento. Na Bahia, segundo a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), em 2023 foram mais de 5,7 mil casos de internações para amputações de membros no estado. Em 2024, de janeiro até o momento, são 82 internações. Dos casos registrados, a maior parte, são por gangrena, conforme informa a pasta.
No ano passado, entre os pacientes submetidos a esse tipo de procedimento, a faixa etária mais afetada foi o público entre 60 e 69 anos. Em 2024, dos 82 casos registrados de internação, a mesma faixa etária continua sendo a mais atingida.
Os dados também revelam que os homens são a maioria dos casos de amputação de membros. Em 2023, mais de 3,7 mil homens foram submetidos a esse procedimento. Quanto aos tipos de amputações, mais de 2,5 mil casos envolveram a amputação dos membros inferiores na Bahia. A amputação de dedos também figura como uma das que mais ocorreram, com mais de 2,1 mil registros em 2023. Além dos mais de 400 casos de amputação do pé e do tarso também registrados no ano passado.
Segundo dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a cada 85 minutos, em média, um brasileiro enfrenta o drama da amputação de um pé ou perna devido às complicações da diabete. No mundo, uma em cada cinco pessoas ignora ser portador da doença. Muitos indivíduos no país desconhecem do seu estado de saúde e só acabam descobrindo quando chegam para um atendimento por complicações da doença, segundo informou a SBACV.
A diabete, se tornou a principal vilã por trás desse cenário. Essa doença crônica se caracteriza pelo aumento do açúcar no sangue. Quando não controlada adequadamente, pode levar a complicações graves, como neuropatia periférica e doença arterial periférica, que, por sua vez, podem culminar em úlceras e infecções graves nos membros inferiores, exigindo, em muitos casos, a amputação como última medida de tratamento.
A equipe da Tribuna da Bahia entrevistou o presidente da SBACV nacional, Dr. Armando Lobato, que falou sobre o assunto. O especialista iniciou falando das principais causas para amputações no país. “As principais causas de amputação são, além da diabete, os acidentes automobilísticos e de trabalho. Traumas graves, doença vascular periférica (principalmente associada ao tabagismo), doenças vasculares como aterosclerose, além de condições como câncer ósseo ou de tecidos moles e infecções graves também são causas que promovem amputações”, pontuou o doutor.
Questionado se há um grupo social mais vulnerável para amputações, Armando destacou que pessoas de baixa renda com acesso limitado a cuidados de saúde, comunidades rurais que podem ter menos acesso a serviços médicos especializados e populações com taxas mais altas de obesidade e tabagismo acabam se tornando mais vulneráveis.
Sobre o tratamento e a prevenção, o especialista ressaltou quais suportes o paciente recebe após fazer a cirurgia da amputação. “Geralmente os pacientes recebem apoio multidisciplinar, incluindo cuidados médicos, fisioterapia, terapia ocupacional, aconselhamento psicológico e suporte social. Esses serviços podem ser acessados por hospitais, centros de reabilitação, equipes de saúde da família, organizações não governamentais e redes de apoio à pessoa com deficiência”, enfatizou o especialista.
Quanto a prevenção o médico disse que para evitar possíveis acometimentos, é preciso ser cuidadoso com alguns fatores. “Controlar adequadamente doenças crônicas como diabete, hipertensão e doenças cardiovasculares. Adotar um estilo de vida saudável, incluindo dieta balanceada, exercícios regulares e cessação do tabagismo. Cuidados regulares com os pés, incluindo a inspeção diária, mantendo-os limpos e hidratados, e usando calçados adequados. Evitar feridas e lesões, especialmente em áreas de baixa circulação sanguínea, e procurar tratamento médico imediato para qualquer lesão que não cicatrize adequadamente”, finalizou o especialista.
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