Mortos por dengue chegam a 18 na Bahia

Após o Ministério da Saúde anunciar que a dengue atingiu recorde histórico no Brasil, um levantamento divulgado nesta terça-feira (19) pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fiocruz/Unifase revela um dado alarmante: a doença tem atingido com maior gravidade crianças até 5 anos em 2024. Segundo o estudo, pacientes nesta faixa etária exibem as maiores taxas de letalidade, seguidos de crianças com idade de 5 a 9 anos.  Na Bahia, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) já são 18 mortes, no entanto, o Ministério da Saúde fala em 21. 

A análise dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS), realizada nas primeiras dez semanas epidemiológicas de 2024 (até 9 de março), mostra ainda que adolescentes entre 10 e 14 anos apresentam o maior número de casos registrados este ano no país (239.402 casos). “Nesse levantamento observamos que, apesar de concentrar o menor número de casos entre as crianças, a faixa etária entre 0 e 5 anos é a que mais morreu este ano vítima das formas mais graves da doença, seguida da faixa entre 5 e 9 anos”, explica o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini. 

Para ele, o importante é que as famílias levem seus filhos para vacinar e que todos sigam tomando as medidas profiláticas possíveis. “O Ministério da Saúde acerta em vacinar o grupo onde estamos vendo mais casos. Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, de 5 a 9 anos, que estão morrendo mais, proporcionalmente”. 

 A vacina Qdenga, eficaz contra os quatro sorotipos da doença, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e jovens nesta faixa etária, que concentra o maior número de hospitalizações, juntamente com idosos, para os quais a vacina ainda não foi aprovada.

Bahia registra 18 óbitos

 O último boletim divulgado, nesta segunda-feira (18), pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), aponta que 272 municípios da Bahia estão em estado de epidemia de dengue, além de 34 em risco e sete em alerta. Este ano, até 16 de março, já eram 62.478 casos prováveis da doença contabilizados, o que representa um incremento de 400,7% com relação ao mesmo período de 2023, de acordo com os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab.

 No estado, apesar de um dos menores índices de letalidade pela doença no país (1,47%), já são 18 mortes por dengue, confirmadas pela Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab. Os dois últimos casos registrados de óbito ocorreram nas cidades de Campo Formoso e Santo Antônio de Jesus. Outras cidades baianas também contabilizam mortes por dengue: Jacaraci, Piripá, Vitória da Conquista, Barra do Choça, Feira de Santana, Ibiassucê, Irecê e Santo Estêvão. 

Prevenção em Salvador  

Ações e atividades preventivas vêm sendo realizadas ao longo da semana na capital baiana. Conforme cronograma da mobilização Salvador Contra a Dengue, promovida pela Prefeitura de Salvador, bairros como a Boca do Rio, Stiep, Imbuí e Jardim Armação, Periperi, Praia Grande, Rio Sena e Alto da Terezinha, São Tomé de Paripe, Nova Constituinte e Coutos, além de diversas comunidades situadas nos Distritos Sanitários (DSS) Centro Histórico, Brotas, Boca do Rio e Cajazeiras recebem equipes de agentes de endemias. 

A vice-prefeita e titular da Secretaria Municipal da Saúde, Ana Paula Matos, reforça a atuação da mobilização, reunindo todos os esforços estratégicos em prevenção, correção, além das atividades educativas visando fortalecer a conscientização dos soteropolitanos para o controle das zoonoses. “Mas apenas com o apoio e colaboração de cada morador e moradora de nossa cidade podemos superar esse desafio e vencermos o Aedes Aegypti. Contamos com vocês em mais uma semana de intensificação dos nossos trabalhos”, declarou.