O segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Josenilton Ferreira, mais conhecido como Cebola, afirmou que se acidentou no dia 26 de junho desse ano e ficou incapacitado de trabalhar. Cebola, que é sindicalista, deu entrada para ter direito ao seu auxílio-doença, que foi agendado para o dia 13 de dezembro. Nesse dia, ele faria a sua perícia médica pessoalmente. “Quando cheguei lá, o médico perito disse, de forma tranquila, para eu ligar para o 135 que teria a resposta do meu atendimento. Às 21h eu liguei e não havia resultado porque eu tinha uma pendência de cadastro com o órgão”.
Dessa forma, mandaram que ele fizesse um acerto pós-perícia, que foi realizado através do advogado. Deram a ele o prazo de cinco dias, que se passaram. “Fui até a agência novamente e me pediram um prazo de 72 horas. Já tem 15 dias nesse processo e quando estive hoje na agência da Av. Getúlio Vargas para saber o que está acontecendo, uma servidora me disse que o meu processo está em análise. Estou chateado. Já são seis meses sem que o INSS reconheça o meu benefício e eles nem sabem como está a minha situação financeira. Sabemos que, no Brasil, se brincar, segurado do INSS passa fome”, reclama.
Cebola disse que contestou a funcionária pública em algumas informações que lhe foram passadas e pediu para falar com a gerente da agência. Lhe foi dito que a gerente não fala com segurado. “Isso mostra que o cidadão que vai para o INSS não tem direito a nada, só o de contribuir. Disse a ela que se quiser falar com o prefeito ou com o presidente podemos conseguir, ainda que demore, e uma simples gerente de uma agência dizer que não pode falar com o segurado, aquele que paga o salário com toda a mordomia, diz uma coisa dessa”, diz.
Cebola ressalta que os gerentes de agência são, assim como o superintendente, indicados por um deputado que todos sabem quem é na cidade. Ele não citou o nome do deputado, no entanto. “Quero cobrar meus direitos. O INSS, assim como outros órgãos, são campeões de reclamações e não se abalam. Todos os dias tem denúncias, mas, no popular, a cara nem arde, porque providências não são tomadas. O descaso é grande. Só faltam eles me dizerem que tenho condições de trabalhar com a perna do jeito que está”.
O segurado está com um fixador na perna após ser atropelado em junho e continua aguardando. “Espero que avaliem o meu pedido e não o deixem para quando o INSS bem entender. O INSS não tem servidores suficientes, mas se não tem o problema não é nosso. Eles dizem que é nosso governo, mas estão da mesma forma do governo anterior. Esse governo anterior criou esse ritmo de que segurado não tem direito a nada e servidor não conversa com ninguém e nesse governo não mudou nada, continua tudo da mesma forma”.
Cebola está dependendo do parecer do INSS para receber os vencimentos aos quais tem direito. “Estou há seis meses sem passar necessidade porque tive ajuda de amigos e companheiros e ainda empréstimos que tive que tomar no banco para me sustentar. A entidade a qual represento é quem vem me ajudando muito, o Sindicato dos Metalúrgicos. Se não fosse ele, os amigos e o banco, eu estaria passando necessidade porque o INSS não é humano. É por isso que ninguém quer contribuir ultimamente porque quando precisamos eles dão as costas para nós, trabalhadores e a sociedade em geral”.
Resposta do INSS
A reportagem do Boca de Forno News entrou em contato com o gerente executivo do INSS em Feira de Santana, Fernando Nunes de Oliveira, para falar sobre o assunto. Sobre a situação de Cebola, o gerente disse que precisaria ter acesso aos dados dele para falar especificamente sobre o seu caso, saber o que aconteceu e verificar a situação. Mas, ainda conforme Fernando, é comum o prazo de até 30 dias para a resposta de atualização de dados cadastrais. “Isso varia de caso para caso. Às vezes a resposta é rápida, a depender do ajuste dos dados, e às vezes demora um pouco mais, dependendo da complexidade da atualização dos dados que são necessárias naquele momento”.
Fernando afirmou que acontece de o cidadão dar entrada, fazer a perícia e ter pendências de dados cadastrais, vínculos de remunerações em que precisa ser feito um acerto. “O cidadão apresenta a documentação e ela é analisada. Isso não acontece em cinco dias ou 72 horas. Normalmente o prazo é em torno de 15 a 30 dias”, explica.
Sobre a negativa da gerente de atender esse segurado em específico, o gerente executivo afirmou que todos os servidores do INSS atendem as pessoas que lhe procuram. Até mesmo ele, na qualidade de gerente executivo. “Quando um cidadão me procura, eu realizo o atendimento. Não é praxe deixar de realizar um atendimento. O que precisa ser verificado é a situação do momento, se a agência está lotada e tem vários atendimentos para serem realizados. Às vezes, naquele momento, não dá para atender o cidadão, mas todos os servidores realizam atendimento sim”, diz.
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