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PF cumpre mandados na Bahia e mais 5 estados contra golpistas do 8/1 que organizaram “Festa da Selma”

Entre os alvos, estão um pastor evangélico e uma cantora gospel, além de influencers digitais.

17/08/2023 08h35
Por: Karoliny Dias Fonte: Bahia Notícias
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Polícia Federal cumpre 10 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (17) contra responsáveis por convocar nas redes sociais o ato golpista do 8 de Janeiro, no âmbito da 14ª fase da Operação Lesa Pátria. Entre os alvos, estão um pastor evangélico e uma cantora gospel, além de influencers digitais. 

A convocação recebeu o nome de “Festa da Selma” e trazia já instruções e coordenadas para uma invasão dos prédios dos Três Poderes. Os mandados são cumpridos nos estados da Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal. 

O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído. 

O código “Selma” seria uma alusão à “Selva”, usada por forças militares brasileiras. As prisões foram decretadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pedido da PF. A Polícia Federal também cumpre 16 mandados de busca e apreensão.

Bolsonaristas utilizam codinome "Festa da Selma" para coordenar invasão em Brasília

O domingo do dia 8 de janeiro foi marcado por uma cena de horrores em Brasília, grupos extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes e vandalizaram as instituições. Para coordenar os ataques e ocultar possíveis vazamentos, os bolsonaristas utilizaram um codinome nas redes sociais para a invasão, a chamando de “Festa da Selma”, uma alusão à saudação do Exército Brasileiro: “Selva”. 

De acordo com a Agência Pública, a expressão “Festa da Selma” chegou a ser utilizada junto à hashtag #BrazilianSpring — Primavera Brasileira, em inglês. A frase faz menção a Primavera Árabe, movimento popular que derrubou ditadores na África e no Oriente Médio entre 2010 e 2012. 

A expressão também foi lançada por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.  

A primeira vez que o termo “Festa da Selma” foi utilizado ocorreu no dia 5 de janeiro, e as menções à expressão dispararam no domingo em que ocorreu os ataques em Brasília. A “festa” chegou a vir acompanhada de outros dois codinomes: “5 espigas de milho”, fazendo referência a quantidade de pessoas; e “açúcar união”, pedindo a unificação dos manifestantes. 

A região com maior incidência da “Festa da Selma” é a região Sudeste do Brasil. Porém, a expressão também registrou força em Miami, nos Estados Unidos.

Segundo as Forças Armadas, o termo “Selva” dentro do Exército surgiu poucos dias depois da criação do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em 1964. O grupo não tinha ficha de viatura, fazendo com que o militar do portão das armas perguntasse o destino das viaturas que saiam do quartel. Quase sempre, recebia uma resposta apressada e lacônica — Selva!.

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