Eliana Gonzaga vai a Brasília em busca do Museu Ana Néri na cidade

A prefeita da cidade de Cachoeira, Eliana Gonzaga (Republicanos), está em Brasília para fazer uma defesa na bancada do Conselho Federal de Enfermagem com o objetivo de trazer de Ana Néri de Salvador para a cidade de Cachoeira. “Já estamos adquirindo uma documentação da Igreja Católica da Matriz, através do nosso reverendo, Padre Hélio, que coloca os restos mortais da nossa ilustre Ana Nery a disposição do município para incorporá-lo ao Museu Ana Nery”, disse a prefeita.

Ela disse ainda que irá defender nessa bancada um evento a nível nacional do Conselho Federal de Enfermagem na cidade, que será realizado no mês de novembro, assim como defende a instalação de uma sede do Coren em Cachoeira. “O museu ficará na Casa Ana Néri. Faremos um remanejamento dos órgãos que ali atuam e implantaremos o museu. Nada mais justo do que implantar o Museu Ana Néri na casa onde nasceu Ana Néri”.

Para Eliana, o museu vir para a cidade de Cachoeira significa que isso é o reconhecimento e a valorização de uma ilustre cachoeirana que é reconhecida mundialmente, assim como também incorporamos um Coren na cidade. “Iremos trazer esse investimento. Isso porque todas as cidades poderão vir para Cachoeira tirar o seu registro profissional. É de grande importância e relevância essa conquista para o nosso município”.

Quem foi Ana Néri?

Anna Justina Ferreira Nery, mais conhecida como Ana Néri (1814-1880), foi a pioneira da enfermagem no Brasil. Prestou serviços voluntários, nos hospitais militares de Assunção, Corriente e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai. Ana Néri (1814-1880) nasceu em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814.

Nascida em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, na Bahia, Ana Justina Ferreira se casou aos 23 anos com o capitão de fragata da Marinha, Antônio Isidoro Néri, do qual adotou o sobrenome. Os dois mais velhos se formaram em Medicina o mais novo seguiu carreira militar. 

Com a deflagração da Guerra do Paraguai em 1865, os filhos de Ana Néri foram convocados. Inconformada com a separação, ela escreve ao presidente da Província da Bahia, o conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas, oferecendo seus serviços como voluntária para cuidar dos feridos. 

Aceito o pedido, viajou até o Rio Grande do Sul onde aprendeu com as irmãs de caridade da irmandade de São Vicente de Paulo noções básicas de enfermagem, tornando-se a primeira mulher enfermeira do Brasil. 

Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso de doentes, Ana Néri chamou a atenção, por sua dedicação ao trabalho como enfermeira, por todos os hospitais onde passou. 

Em Assunção, Capital do Paraguai, durante o cerco das tropas brasileiras montou uma enfermaria modelo. Com o fim do embate, em 1870, Ana Néri volta ao Brasil, trazendo três órfãos de guerra. 

Sua atuação foi destacada pela imprensa e Ana Néri foi homenageada com a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. Além das homenagens, recebeu por decreto do imperador Dom Pedro Segundo, uma pensão vitalícia. 

Getúlio Vargas, instituiu em 1938, o Dia do Enfermeiro, a ser celebrado, em 12 de maio. Segundo o decreto, na data devem ser prestadas homenagens especiais a Memória de Ana Néri em todos os hospitais e escolas de enfermagem do país. 

E em 2009, seu nome, Ana Justina Ferreira Néri, é assentado no livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, capital da República.

Com informações do Agência Brasil