Na última quinta-feira (7), um garoto de três anos, natural da cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, morreu após passar um ano com um prego no pulmão. Os pais dizem ter levado a criança ao hospital várias vezes, mas só descobriram o material no corpo do menino quando resolveram fazer um exame por conta própria. Depois disso, o garoto chegou a ser transferido para Salvador e a passar por cirurgia, mas não resistiu.
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que durante a pandemia o número de atendimentos de crianças, adolescentes e idosos vítimas de acidentes domésticos teve aumento de mais de 110%. Entre março e outubro de 2019, foram realizados cerca de 18 mil atendimentos em crianças e adolescentes de até 15 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vítimas de acidentes domésticos. Já em 2020, no mesmo período, o número passou dos 39 mil, representando um aumento de cerca de 112%. As crianças estão entre as principais vítimas.
O aumento dos acidentes domésticos durante a pandemia é consequência da necessidade de ficar em casa. De acordo com o Criança Segura Brasil, esse tipo de acidente é a principal causa de óbito entre crianças de 1 a 14 anos. Quedas, sufocamentos, queimaduras, afogamentos e intoxicações são os mais comuns.
Com números tão altos, a pediatra Dolores Fernandes orienta como evitar acidentes domésticos infantil. Conforme ela, os pais devem ter a atenção redobrada e constante. O domicílio, a casa, pode ser ainda o grande promotor de acidentes. “Gostaria muito que as pessoas olhassem agora para dentro da sua casa e vissem quais os riscos que crianças pequenas podem estar sendo submetidas. É o jarro que está em cima de uma mesa que está ao alcance da criança, é uma panela que está no fogo e o cabo está do lado de fora e a criança pode passar. Uma mesa que que as bordas não são arredondadas, são pontiagudas. Uma tomada que está sem o protetor. É o sofá que está junto de uma janela, é uma janela que está sem redes de proteção”, cita.
Segundo a médica, se cada pessoa olhar para dentro da sua casa, vai perceber pontos importantes para poder fazer as devidas proteções. “A criança não deve ficar na cozinha. Criança tem que ficar na sala. Os banheiros, a área do banheiro também é uma área de grande risco. É extremamente importante olhar a casa sob o ponto de vista dos riscos que ela está oferecendo”, ressalta. Ela destaca que se sua criança estiver muito quieta, pode ir olhar que já se sabe que ela está fazendo alguma coisa.
Quedas, queimaduras, intoxicações estão entre os acidentes que mais acometem crianças. Com o garoto de três anos foi um prego, mas poderia facilmente ter sido uma peça de brinquedo. A pediatra alerta que os brinquedos devem ser comprados de acordo com a idade da criança e não podem ser daqueles que soltem pequenos pedaços, principalmente para crianças pequenas. “É preciso ter muito cuidado para que essas partes dos brinquedos não se desprendam e a criança vá engolir”.
O risco de intoxicação também precisa ser considerado dentro de casa, diz. A intoxicação acontece geralmente com remédios, produtos de limpeza e até inseticidas, que devem ser armazenados, reservados e sem que a criança tenha acesso. Caso a criança ingira algum produto ou remédio que cause risco a sua saúde, Dolores explica o que deve ser feito. “A primeira coisa é levar a criança porque se ela ingeriu pode ser preciso fazer uma lavagem gástrica para tirar esse produto. Às vezes são medicamentos psicotrópicos, principalmente remédios chamados calmantes. E agora vemos a questão do álcool gel. Muitas vezes as crianças ingerem álcool gel, se intoxicar e correr risco de vida. Uma criança no Rio de Janeiro morreu após beber álcool gel e entrar em coma alcoólico”.
Se for usar álcool gel na criança, tem que colocar em sua mãozinha e não deixar o dispositivo ao seu alcance. “Os medicamentos devem ser ainda trancados com chave ou colocar em um lugar bem alto. Não esquecer que as crianças às vezes colocam as cadeiras ou sofás para poder tentar alcançar. Outra coisa importante é a intoxicação por detergentes. As pessoas colocam esse produto em vasilhames que são de refrigerantes. A criança confunde e toma o produto como se fosse um refrigerante. Muita atenção com produtos de limpeza”.
A queda lidera o ranking dos maiores acidentes que acometem crianças. Mas quando procurar um pronto-socorro? A doutora orienta. “Se a criança tiver uma perda de consciência, mesmo que seja momentânea, que criou um um hematoma, essa criança deve ser levada ao pronto-socorro para poder ser avaliada.
A criança que cai, às vezes, a própria altura deve olhar o braço, as mãozinhas, as perninhas e ver o que não aconteceu. “Tem que se perceber se não há nenhuma alteração na marcha, por exemplo. É importante fazer a observação da criança como um todo. É a questão da consciência e a questão de ver no corpinho da criança se apareceram alguns hematomas, aquelas manchas roxas que ficam geralmente devem ser levadas em consideração”.
Se a criança está bem, não perdeu a consciência, não vomitou, não tem nenhuma tontura, deve-se observar. “A criança, mesmo assim, deve ser observada, vigiada durante um período de mais ou menos de oito horas”.
Os mais velhos sempre diziam que se bateu a cabeça, não pode deixa a criança dormir. Questionada sobre se isso é mito ou é verdade, a médica disse que é preciso observar se este sono da criança é um sono natural. “Se ela não tem o costume de dormir naquele momento, de dormir naquela hora, isso vai chamar a atenção. Mas se já estiver no horário de ela dormir, é observar”, finalizou.
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