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'Polícia interrompeu sonho do meu filho', diz pai de João Pedro

'Polícia interrompeu sonho do meu filho', diz pai de João Pedro

20/05/2020 03h04
Por: bocadeforno

Um estudante de 14 anos foi morto a tiros dentro de casa durante uma operação da polícia numa favela da região metropolitana do Rio.

João Pedro tinha 14 anos. Bom aluno, já tinha escolhido o futuro. “Dizia: 'pai, vou ser advogado, vou fazer Direito'. Era esse o projeto dele, o sonho dele. Eu sempre falava para ele: 'filho, estuda, vai ser alguém na vida'”, conta o pai do jovem, Nelson Pinto.

Os sonhos do menino foram interrompidos na tarde de segunda-feira (18). Durante uma operação policial, a casa onde ele estava com alguns amigos foi metralhada, como mostram os imensos buracos nas paredes do quarto e da sala. O pai e uma tia estavam trabalhando ali perto.

“Quando eu cheguei, eu perguntei: 'cadê o João Pedro?' Aí o primo dele, Natan, falou, chorando: o 'João Pedro foi baleado, atiraram no João Pedro'”, relembra o pai.

Segundo a família, os policiais já não deixaram ninguém mais entrar na casa e socorreram o menino em um helicóptero. A partir daí, os pais do João Pedro ficaram sem notícias, não sabiam para onde o menino tinha sido levado, e nem sequer se ele estava vivo ou não. A busca só terminou na manhã desta terça (19), 17 horas depois. João Pedro estava morto e o corpo tinha sido deixado no IML.

“A polícia interrompeu o sonho do meu filho. A polícia chegou lá de uma maneira tão cruel: atirando, jogando granada, sem mesmo perguntar quem era”, lamenta o pai.

“Meu sobrinho era um menino negro e não é porque ele é negro que ele é bandido. Meu sobrinho não vai passar como bandido para ninguém para corrigir erro de policial nenhum”, afirma a tia de João, Denize Roza.

"Não matou o jovem de 14 anos, com sonho, com projeto, querendo ser alguém na vida. Matou uma família completa, matou um pai, matou uma mãe, matou uma irmã e principalmente o João Pedro. Foi isso que essa polícia fez com a minha vida", diz o pai.

A Delegacia de Homicídios confirmou que o adolescente era inocente e que já está investigando o crime.

Com informações do G1

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