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Outubro Rosa Outubro Rosa

"Nós, mulheres que somos metastáticas, somos invisibilizadas", diz pedagoga

Joelma Orrico foi diagnosticada com câncer de mama em 2019.

18/10/2021 14h37 Atualizada há 2 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Foi na campanha Outubro Rosa que a pedagoga Joelma Orrico, de 51 anos. Joelma descobriu um câncer de mama durante a campanha, em 2019. Mas infelizmente ela não conseguiu ser diagnosticada precocemente. “Em 2019 eu fui diagnosticada com o câncer de mama. Eu já estava com a doença há mais de um ano. Fiz uma ultrassom em uma campanha de saúde e foi detectado um nódulo com risco alto para o câncer. Foi solicitada uma biópsia. Fui encaminhada para o Hospital da Mulher em março de 2018 e atendida por uma mastologista. Ela não aceitou os exames que eu já tinha realizado e então levei mais de um ano para conseguir fazer a biópsia”, relata Joelma. 

Joelma recebeu o diagnóstico definitivo em 11 de junho de 2019. Um mês depois  fez a mastectomia e em outubro de 2019 descobriu que tinha câncer metastático. “O câncer já tinha rompido o local que estava, que era nas mamas, indo para axilas. Após a tomografia, descobri metástase de fígado e ósseo”, conta. 

Mãe de duas filhas, Joelma vive além do câncer de mama metastático. “Meu tratamento já não tem mais intenção de ser curativo. Eu passei a fazer um tratamento paliativo, controlar a doença com qualidade de vida o maior tempo possível”, afirmou. 

Em sua página no Instagram intitulada “Uma Rosa Por Uma, Uma Rosa Por Todas”, Joelma tenta ressignificar o Outubro Rosa. Ela alerta que as mulheres que são metastáticas são invisibilizadas por campanhas como essa porque passa-se uma imagem de que a mulher que curou é uma vencedora e a mulher que é metastática é uma perdedora. “Passam uma imagem de que somos desleixadas porque perdemos para o câncer e porque não nos cuidamos a tempo”, explica. 

O objetivo do projeto  é dizer para a mulher diagnosticada com o câncer que é possível encarar a vida com mais leveza e positividade. “A mulher metastática não tem culpa assim como mulher nenhuma tem culpa de receber o diagnóstico de câncer. O projeto foi criado para  tirar esse peso, esse olhar de estigma da doença. Ela foi feita para tirar o olhar de que a mulher é coitadinha e dizer para todos que somos protagonistas das nossas vidas e do nosso tratamento”, concluiu a pedagoga.

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