Vereador Jorge Araújo denuncia caos no ferry-boat e na regulação da saúde na Bahia

Durante a sessão desta quarta-feira (12) na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Jorge Araújo (PP) concedeu entrevista em que criticou duramente o sistema ferry-boat, apontou problemas na regulação estadual de saúde e comentou a possibilidade de assumir uma vaga como deputado federal. Conhecido pelo estilo direto, o parlamentar classificou o ambiente da Casa como de “bafafá puro”, afirmando que os debates têm sido intensos.

Ao tratar da travessia Salvador–Itaparica, Araújo voltou a criticar o serviço oferecido pelo ferry-boat e a defender a modernização das embarcações em vez da construção da ponte Salvador–Itaparica. Segundo ele, o atual sistema provoca filas de até oito horas e frustra moradores e turistas que utilizam o transporte para deslocamentos curtos.

O vereador afirmou ser contrário ao projeto da ponte, argumentando que a obra provocaria impacto ambiental na Baía de Todos-os-Santos. “Querem passar cimento para tudo quanto é lado, acabar com uma das baías mais lindas do país”, declarou. Para ele, a solução seria “comprar ferries modernos”, capazes de oferecer conforto e segurança.

Araújo também relatou ter recebido informações de que funcionários do Hospital Geral do Estado estariam sem receber salários. Ele lembrou que o HGE já foi a maior emergência do Norte e Nordeste e criticou o fechamento de portas de hospitais estaduais, que passaram a atender apenas via regulação.

Com base em um estudo do Tribunal de Contas do Estado, iniciado em 2019, o vereador disse que a regulação é “desorganizada” e coloca vidas em risco. Como exemplo, citou um caso em que um paciente de Tucano precisou viajar até Guanambi para realizar exame. “A pessoa praticamente morre no caminho. Por que não fazer em Feira de Santana? Por que não usar Ribeira do Pombal, que tem policlínica?”, questionou.

Ele também criticou a taxa de absenteísmo de pacientes que marcam exames e não comparecem, o que, segundo o vereador, prejudica a fila de espera e causa desperdício de recursos. Araújo defendeu que o governo amplie mutirões de saúde e utilize a estrutura dos municípios. Ainda assim, cobrou responsabilidade dos prefeitos: “O cara gasta cinco milhões em festa e não tem dipirona no hospital”.

Ao final da entrevista, Jorge Araújo foi questionado sobre a possibilidade de assumir uma cadeira na Câmara Federal. Ele é primeiro suplente de deputado federal pelo PP. Embora não confirme movimentações concretas, diz acreditar que “tudo pode acontecer na política”.

“Sou o vereador mais votado da história da Bahia nos últimos 70 anos. Estou preparado, mas estou bem aqui, trabalhando muito. Este ano foi de muito aprendizado. No primeiro semestre, fui o vereador que mais apresentou projetos”, afirmou.

Por: Mayara Nailanne 

Com informações: Nivaldo Lancaster 

O parlamentar encerrou dizendo que continuará atuando intensamente na Câmara de Salvador, mas não descarta uma mudança caso o cenário político proporcione essa oportunidade