A declaração do líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Rosemberg Pinto (PT), de que o governador Jerônimo Rodrigues “é também prefeito de Salvador” por “cuidar diretamente da cidade”, gerou forte reação da oposição. O deputado estadual Tiago Correia (PSDB), líder oposicionista na Casa, rebateu as afirmações e afirmou que, se dependesse do governo estadual, a capital baiana estaria “como antes, abandonada”.
Para o tucano, o comentário de Rosemberg é uma “piada de mau gosto” diante da falta de resultados da gestão estadual na capital. “Se Jerônimo é o prefeito de Salvador, então ele é o prefeito do abandono”, ironizou o tucano. O parlamentar citou uma série de promessas não cumpridas e situações de descaso, como o Centro de Convenções do Estado “em ruínas há quase dez anos”, o Parque de Pituaçu “abandonado”, a Ponte Salvador-Itaparica “que nunca saiu do papel” e a “falta de novos ferryboats”.
Correia também criticou o agravamento da violência na capital. “Só neste ano, Salvador e região metropolitana registraram mais de mil mortes por arma de fogo, segundo o Instituto Fogo Cruzado. O instituto ainda apontou que 146 bairros tiveram trocas de tiros entre janeiro e agosto de 2025, representando 85% da cidade. Isso é cuidar de Salvador?”, questionou.
O líder da oposição destacou que o governador deveria priorizar as funções básicas do Estado. “Já estaria de bom tamanho se Jerônimo cuidasse do dever do Estado: garantir segurança, melhorar a educação, resolver a situação dos imóveis abandonados, reduzir a fila da regulação. Mas não estão dando conta nem do que é responsabilidade do governo estadual. Imagine querer se apresentar como prefeito de Salvador”, afirmou.
Pinto havia defendido que Jerônimo vem investindo fortemente na capital, citando ações como as obras no Subúrbio, a construção do Hospital Ortopédico da Bahia e a ampliação do metrô. Segundo o petista, o governador “tem cuidado diretamente da cidade”, o que o tornaria “também o prefeito de Salvador”.
Correia, no entanto, acusa o PT de tentar se apropriar dos avanços obtidos pela prefeitura. “O que o governo do estado tenta fazer é pongar na aprovação e nas mudanças realizadas pela prefeitura. Salvador sofreu uma profunda transformação e provou que pode andar com as próprias pernas. Isso é resultado de gestão, planejamento e trabalho, não de discurso vazio”, disse.
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