O “Palavra de Médico” deste domingo (28), do Programa Boca de Forno, da Sociedade News, falou sobre cuidados paliativos. Os cuidados paliativos são uma abordagem de cuidado que melhora a qualidade de vida de pessoas e suas famílias, que enfrentam doenças graves que ameaçam a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual.
O médico Tarcízio Pimenta explica que essa é uma abordagem da Medicina voltada para melhorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam doenças graves e que ameaçam a vida do paciente. “O foco não é apenas o tratamento de doenças que não tem mais cura. Algumas pessoas pensam que cuidados paliativos é abandonar o paciente e não é. Ele é uma assistência multidisciplinar para o paciente e para a família. São pessoas que estão em sofrimento que as vezes é agravada por muitas situações”.
No início, esse tipo de cuidado era oferecido apenas para quem tinha câncer e hoje é dado para pacientes com dor, fibromialgia, com doenças cardíacas que não se revertem, pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas, pacientes renais em hemodiálise, pacientes gastro, que tem cirrose, diz. “O SUS está implantando essa política, mas nos estados e municípios não vemos equipes treinadas para oferecer esses cuidados”.
As vezes, os médicos dizem as famílias que não há mais nada a ser feito pelo paciente. “E existe ainda muita coisa que pode ser feito por ele. Você pode orienta-lo se ele está com dor para dar alívio, conforto e dignidade, pode dar um apoio espiritual, pode humanizar mais o atendimento. O que não pode é desistir do paciente e cuidados paliativos não é isso. É você se integrar mais ao paciente e ajuda-lo”.
É importante ressaltar que, quando o paciente entra em cuidados paliativos, isso não significa que se deve abandonar o tratamento básico. “Tem médicos que suspendem o tratamento, mas isso não é correto. É possível tratar o problema do paciente com apoio. É criminoso dizer que não vai mais investir nesse paciente. Ninguém é Deus para dar sentença de morte a ninguém. Inclusive, no Brasil, eutanásia é crime. Não se pode desistir do paciente e do tratamento”.
A morfina pode aliviar quadros de dor do paciente. “Pode utiliza-la para isso e aliviar o sofrimento do paciente. Famílias levam seus pacientes terminais aos hospitais e eles mandam voltar para casa e dar apoio espiritual. Os cuidados paliativos podem ser dados em casa, ambulatório, hospital, em qualquer lugar desde quando o profissional tenha sensibilidade para cuidar daquela situação que não é só do paciente, é da família. A comunicação entre o médico e a família do paciente é importante e deve acontecer, inclusive acompanha-los no luto se assim for necessário”, finaliza.
Ouça o “Palavra de Médico” aqui.
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