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Economista fala sobre tarifaço de Trump e prejuízos para a economia brasileira

Amarildo Gomes fala ainda sobre as alternativas que o país deve buscar.

04/08/2025 10h27 Atualizada há 3 meses
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

O economista Amarildo Gomes falou sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Segundo ele, essa é uma situação que impacta o mundo inteiro porque Trump não tem feito isso apenas com o Brasil, mas com diversos países buscando dividendos para a economia americana. “A curto prazo vai dar certo e a longo prazo a sociedade americana perde muito porque o mundo vai começar a direcionar suas mercadorias para outros países”.

Houve uma liberação de 43% dos produtos exportados para os EUA que não serão taxadas com 50%, mas continuarão com 10%. “Isso gera desemprego, fechamento de algumas empresas caso o governo não consiga atuar de forma rápida para atenuar os impactos dessa medida. Setores como o de frutas serão taxados, maga, uva, melão. A laranja foi liberada, mas carne, café não. O Brasil é o segundo maior exportador de café para os EUA e 70% dos americanos tomam café todos os dias. Eles sofrerão no bolso porque café leva cinco anos para produzir e não tem quem forneça café como o Brasil”.

Amarildo diz que o país está certo e tem que preservar a sua soberania. “O questionamento dos EUA com o Brasil envolve questões políticas e isso é uma interferência de uma economia sobre a outra, o que não pode acontecer. É considerado um absurdo a nível internacional. O país está certo em manter as questões a título comercial e buscar alternativas para o mercado nacional. Teremos redução de preços na carne, nos pescados. Estou vendo que estão querendo mudar a legislação para que os produtos que não forem exportados possam ser utilizados na merenda escolar, o que é uma boa alternativa. Vamos ver se dará certo”.

O economista diz ainda que Trump está utilizando o Brasil como modelo para os seus objetivos pessoais, o que enfraquece a democracia americana porque não pode o presidente tomar determinadas decisões sem o aval do Congresso. “A democracia brasileira talvez seja mais forte que a americana porque o governo brasileiro não pode tomar determinadas medidas de forma unilateral e sem o apoio do Congresso Brasileiro”.

O que o governo brasileiro deve fazer é tomar medidas urgentes para: primeiro segurar os empregos, ou seja, fazer o mesmo que foi feito na pandemia, e segundo buscar alternativas para aqueles produtos que não forem exportados. “Vai haver uma queda de produção, os pecuaristas brasileiros terão prejuízos, principalmente aqueles que destinam seus produtos para exportação. O governo precisa tomar medidas para atenuar o sofrimento da classe trabalhadora porque é quase certo que demissões irão acontecer e outros podem até fechar porque não tem capacidade de se manter”.

Trump já vem sofrendo pressões internas e por isso há alguns recuos em suas decisões. “Como na laranja, onde o americano começa o dia tomando suco de laranja e 70% da laranja de lá vem do Brasil. 60% dos voos domésticos nos EUA são feitos por aviões da Embraer. Ele vai sofrer mais pressão, o problema é que ele está usando o tarifaço para questões políticas para livrar a família Bolsonaro do crivo da justiça. Isso não existe. A democracia brasileira depende de instituições livres, independentes e baseados na Constituição Federal”.

Quem pagará por essas atitudes são os americanos com preços que irão se ajustando para cima. “O caixa americano ficará um pouco mais alto, mas a longo prazo pagarão caro por isso porque quando se tem um parceiro que deixa de ser parceiro você procurará alternativas fora ajustando sua empresa e o seu preço. Será ruim para a área industrial. A população não precisa temer muito porque agora apenas uma parcela pequena serão taxadas e deve mudar, deve dominuir”, finaliza.

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