A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por décadas sinônimo de estabilidade e direitos, tem sido cada vez mais rejeitada por parte da juventude brasileira. Nas redes sociais, proliferam memes, desabafos e comentários críticos sobre o regime celetista, que passou a ser visto por muitos como sinônimo de rotina exaustiva, baixa remuneração e falta de liberdade.
Essa mudança de percepção não surgiu do nada. Há raízes históricas profundas, como destaca a antropologia: no Brasil, o trabalho assalariado sempre foi marcado por desigualdades, reflexo de uma cultura com forte herança escravocrata. Para grande parte da população de baixa renda, o emprego formal costuma significar longas jornadas, deslocamentos cansativos, chefes autoritários e salários insuficientes. Nesse contexto, a carteira assinada deixa de ser um objetivo e passa a representar uma vida de privações.
Além disso, a precarização crescente do mercado de trabalho e os avanços tecnológicos abriram caminho para novas formas de atuação profissional. Com isso, muitos jovens passaram a buscar alternativas fora da CLT, como o empreendedorismo digital, o trabalho informal e a produção de conteúdo para redes sociais. Esse movimento é alimentado por influenciadores que incentivam o abandono do modelo tradicional, prometendo liberdade financeira e sucesso online — ainda que a maioria não alcance esses resultados.
Dados mostram, no entanto, que a ilusão do "enriquecimento no digital" esbarra em uma dura realidade. Pesquisas recentes indicam que apenas uma pequena parcela de quem tenta crescer nas redes sociais consegue obter alguma visibilidade relevante. Mesmo assim, o discurso contra a CLT segue forte, especialmente entre os mais jovens.
Especialistas alertam que essa visão negativa pode enfraquecer a própria legislação trabalhista, construída historicamente para proteger o trabalhador. Embora seja legítimo desejar mais autonomia e qualidade de vida, é importante reconhecer que os problemas enfrentados por quem trabalha com carteira assinada estão mais ligados às condições precárias do mercado e à má gestão empresarial do que à CLT em si.
Atacar esse conjunto de direitos pode, na prática, significar o enfraquecimento da proteção trabalhista — e não sua modernização. O desafio está em repensar o mundo do trabalho sem abrir mão das garantias conquistadas.
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