A Copa do Mundo do Qatar se aproxima e a ansiedade antes da competição traz com ela as diversas projeções do que pode acontecer. Dentre todos os cenários possíveis, dois são ainda mais especiais por se tratar da maior rivalidade de seleções do mundo, o Superclássico das Américas. Neste Mundial, Brasil e Argentina podem finalmente voltar a se enfrentar em Copas, e justo na semifinal, o que é mais provável, ou até na própria decisão. Hoje comandadas por Neymar e Messi, respectivamente, ambos muito perto de seu auge, a Amarelinha e a Albiceleste são favoritas a por mais uma estrela na camisa.
Depois do Maracanazo em 1950 e passado o grande protagonismo do Uruguai no futebol sul-americano, as décadas de 1970 e 80 consagraram Brasil e Argentina como o maior clássico do continente, e, após resultados mais relevantes em Mundiais, o duelo tornou-se a maior rivalidade entre seleções do planeta. Os confrontos na América do Sul auxiliaram muito para que esse jogo chegasse ao tamanho que tem hoje, até porque ambos só se enfrentaram quatro vezes na história dos Mundiais, mas sempre em partidas marcantes.
A estreia desse embate foi em 1974, na Alemanha, pela segunda fase da Copa, que tinha um formato diferente do atual. Em dois grupos de quatro, quem estivesse na liderança ao fim dos jogos se classificaria para a final. Nenhum dos dois chegou à decisão, mas a Amarelinha levou a melhor no confronto. Em sua especialidade, o craque Roberto Rivellino fez o primeiro com um chute de fora área, mas viu Miguel Angel Brindisi empatar três minutos depois. Na época, não teve problema, porque quem tinha Jairzinho, tinha tudo. Após cruzamento de Zé Maria, o ponta-direita deu a vitória ao Brasil de cabeça.
Em 1978, o enredo foi um pouco diferente. Novamente no mesmo cenário da segunda fase, o clássico terminou empatado. Na teoria, esse foi um ótimo resultado para o Brasil, que só não ficaria com a vaga caso o rival goleasse o Peru por quatro gols de diferença. E foi por seis. Sem Maradona, que à época tinha seus 17 anos e não foi convocado, mas já era considerado um grande jogador, a Argentina conquistou seu primeiro título mundial.
Com a lendária seleção de 82, que tinha Telê Santana no comando e jogadores como Zico em campo, o triunfo veio novamente. No apito final, o placar marcava 3 a 1, mas a partida ainda foi cheia de ingredientes. Quando já estava 2 a 0, o lateral direito Júnior recebeu um passe do companheiro flamenguista e matou o jogo, com direito a samba na comemoração. Ramón Díaz descontou no fim, mas Diego Maradona ainda foi expulso para a tristeza argentina.
O último duelo entre ambos foi também a primeira vitória da Albiceleste em cima da Amarelinha. Sem ganhar uma Copa há 20 anos e contra um adversário que tinha acabado de ser campeão, a Canarinho levou a pior quando Maradona passou para Cannigia balançar a rede e eliminar o Brasil nas oitavas de final do Mundial de 1990.
Qual é a expectativa?
Brasil e Argentina são dois dos grandes favoritos ao título da competição, sobretudo por conta dos diversos desfalques da seleção francesa, atual campeã.
“Não tem mais bobo no futebol”, é claro. Uma coisa é escrever sobre esse esporte que sempre permite a aparição do inusitado, outra é o momento após o apito inicial. Contudo, a projeção não poderia ser mais otimista para ambos.
A Canarinho terminou em primeiro lugar nas Eliminatórias para a Copa, com classificação antecipada. Na verdade, a única seleção que Tite e companhia não derrotaram foi justamente a grande rival.
No Qatar, o Brasil chega com o maior leque de opções ofensivas que já teve na história e com o melhor jogador da equipe inspirado, já que em 11 jogos como titular pela Ligue 1, Neymar marcou 11 vezes e deu nove assistências.
Já falar da Argentina é falar de Messi, que findou a seca de títulos pela seleção com a Copa América em cima do Brasil. A Albiceleste chega ao Qatar com o recorde de 35 jogos invicta. Após ser testada contra a Itália e faturar a Finalíssima, o plantel de Scaloni parece mais maduro e terá Messi em forma, depois de ter dado quatro assistências e marcado quatro gols em cinco jogos na Champions League.
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