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Economia Novo equipamento

Município de Bonito recebe frigorífico que gerará 500 empregos de forma direta e indireta

Empresário Ednaldo Freire diz que o investimento foi de R$ 2 milhões e o prefeito da cidade agradece a confiança no município.

15/08/2022 10h01 Atualizada há 2 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News

Empresário Ednaldo Freire - Foto: Boca de Forno News

Ednaldo Freire, empresário e empreendedor, dono da Fazenda Santa Isabel, está com um investimento no município de Bonito, próximo a Morro do Chapéu. Ele explica que investiu nesse município por ele ser ímpar. “O clima é muito bom, ameno e isso me trouxe essa vontade. Os políticos da cidade investem muito nos seus cidadãos. Aqui temos saúde para os trabalhadores que são sempre atendidos, as escolas funcionam muito bem e isso deixa o empreendedor tranquilo. Meus trabalhadores trabalham há 20 anos nessa fazenda e nenhum aluno perdeu aula por falta de transporte”, afirmou.

O novo investimento do empresário é um novo frigorífico, próprio para se montar em fazendas, a qual ele acha que será um grande marco. “Para fazermos isso, se não tivermos ajuda do município, não conseguimos. Quando temos certeza do interesse da cidade nesse investimento e que ele faz o seu trabalho, nos encoraja e fazemos ele”. Ele disse ainda que esse é apenas o primeiro de outros que fará porque tem certeza que terá retorno.

O empresário falou ainda sobre o porquê de implantar o frigorífico de suíno e caprino no local. Segundo ele, cada abatedor tem uma finalidade e o seu foi voltado para suínos porque tem criação e caprinos porque cria ovinos. “Esse frigorífico é o tipo que montamos na propriedade e conseguimos manter o trabalho fixo no campo de nossos funcionários dentro de nossa propriedade”.

O frigorífico segue ainda todas as regras da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) exige. É moderno e o terceiro da Bahia. “Não temos muitos deles pelas dificuldades. Vamos produzir ainda um adubo orgânico de primeira qualidade. Nele trabalhará ao menos 100 pessoas, sem estresse para os animais que não precisarão viajar para chegar até o frigorífico porque abatemos os animais que produzimos em nossa propriedade. Isso dará uma qualidade melhor no alimento”.

Em um mês, 400 a 500 animais podem ser abatidos no local e que pode aumentar porque podem trabalhar nos três turnos. O investimento é de no mínimo R$ 2 milhões, destaca Ednaldo, que causa um impacto forte na qualidade da economia com a geração de emprego e na qualidade do alimento produzido. Tem também uma esterilização em ultravioleta (UV), que é quando a frequência em questão está na região entre 280 e 220 nm, e a energia contida no comprimento de onda do raio é absorvida pelo DNA/RNA de vírus, bactérias, leveduras e fungos, inativando-os e tornando-os inofensivos em segundos. 

“A Sadia, a Perdigão já usam esse tipo de esterilização. O engenheiro montou esse tipo de esterilização. Valeria a pena se todos os hospitais e clínicas médicas tivessem também esse tipo de esterilização para matar vírus e bactérias. Nós temos aqui”.

O animal abatido no local vai para outros estados. “Estamos trabalhando para que onde tivermos demanda e campo de comércio tentarmos vender nossos produtos”.

É necessário ainda o apoio do Governo Municipal para conseguir as licenças municipais e ele tem conseguido achar apoio do prefeito da cidade, Reinan de Lourinho, do secretário de Agricultura e ainda o de Meio Ambiente que tem lhe visitado. “Tudo está bem encaminhado e dentro dos próximos 20 dias já estaremos com as licenças em mãos”.

O frigorífico já tem o selo da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. No local há ainda o tratamento de toda a água servida. “Somos o primeiro frigorífico do Nordeste com tratamento de toda a água servida. Toda a água utilizada no dia é tratada e transformada em fertilizante”.

Ednaldo diz que é mais um recuso para o município e para todo o pequeno trabalhador que precisar de fertilizante. E explica o porquê. “Quando tivermos toda a nossa área adubada, vamos franquear esse fertilizante para nossos trabalhadores que, em sua maioria são homens do campo e pessoas assentadas. Isso é nossa maior alegria. O social que estamos construindo é um legado que vai ficar na história da Bahia”.

Quem consumir o produto preparado nesse frigorífico, Ednaldo disse que sentirá a melhor qualidade do produto. Ainda em sua fazenda, existem áreas de plantio e outra para mata nativa, mostrando a preocupação com o meio ambiente. “Isso não é porque sou bonzinho. É porque a mata é um recurso muito importante e isso nos traz retorno porque ela é o abrigo da ovelha, do tatu e isso faz parte da cadeia. É onde tem o reservatório de água”.

Governo Municipal

Prefeito Reinan de Lourinho (PSD) - Foto: Boca de Forno News

O prefeito da cidade de Bonito, Reinan de Lourinho (PSD), falou sobre o recebimento desse investimento. Ele disse ser um dia histórico para o município e agradeceu ao empresário Ednaldo que escolheu a cidade para fazer esse investimento que ele acredita que vai gerar centenas de empregos, segurando o homem do campo no campo. “Essa é a política do nosso município. Tenho certeza que um frigorífico desse porte, com capacidade para empregar 100 pessoas traz 500 empregos de forma direta e indireta para a nossa cidade”.

O prefeito acredita que o agronegócio é “a bola da vez” na Bahia e no Brasil e o poder público tem que estar ao lado dos investidores porque isso tira a dependência das pessoas das políticas públicas de assistência social como a de cestas básicas e elas poderão buscar o seu próprio sustento e a sua dignidade. “E dar a oportunidade de que seus filhos possam crescer em suas profissões, qualificando-se”.

Ele disse ainda que esse investimento já é uma realidade no município e está buscando mais investimentos. “Estamos com um grupo de Ambev que vai investir muito em nosso município. Vamos abrir as nossas portas e no que depender do município para os empresários regulamentar e nos escolher para trazer mais investimentos, gerar empregos e, consequentemente, aquecer a economia, faremos”.

Reinan destaca que a cidade é pequena, mas procura, dentro de suas possibilidades, dar essa condição dos empresários se estabeleceram na cidade, organizando a educação, a saúde e os acessos através das estradas para pode escoar melhor a produção. “A nossa contrapartida é estar sempre à disposição desses empresários com toda o maquinário, colocando todos os órgãos das Secretarias para poder regulamentar dentro da lei o mais rápido possível as licenças e os alvarás para que os empresários possam escolher nosso município para trazer os investimentos”.

O prefeito disse ainda estar aberto aos empresários para caso seja necessário baixar as taxas de impostos para poder escolherem Bonito. “Nosso objetivo primeiro é gerar emprego e aquecer a economia”.

O município tem 17 mil habitantes com uma receita de R$ 1,2 milhão. “Procuramos trabalhar dentro das nossas limitações. O que recebemos hoje do FPM, Fundo de Participação dos Municípios, não condiz com a quantidade de pessoas e com os serviços que nós oferecemos”.

Engenheiro mecânico

Engenheiro mecânico Daniel Luiz Galvão - Foto: Boca de Forno News

O engenheiro mecânico Daniel Luiz Galvão explicou que, para a instalação do frigorífico na Fazenda Santa Isabel, foi utilizada a tecnologia similar aos abatedouros com inspeção federal. “Todos os procedimentos e equipamentos que esse abatedouro tem, um abatedouro com inspeção federal também tem. Essa é uma boa comparação para mostrar o quanto esse abatedouro, em questões sanitárias e de processo, atende as condições de abate legal dentro do Brasil”.

Ele disse ter desenvolvido um abatedouro para atender a demanda de municípios que não tem uma mão-de-obra. Os equipamentos são de fácil operação, fácil manutenção e com condições fáceis de operar. “Já fizemos o abate de seis animais com rápido aprendizado dos trabalhadores. Eles começaram a abater e aprenderam no mesmo dia. Isso demonstra que ele tem funcionalidade, bons equipamentos, bom processo para efetuar um abate com condições de higiênicas que pedem a legislação”.

Outros estados como Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará já adquiriram abatedouros como esse. “As pessoas estão entendendo que essa tecnologia está de acordo com os parâmetros que a fiscalização impõe e podem ter certeza é o primeiro da Bahia, mas não vai ser o último”.

São dez anos de pesquisas para desenvolver esse tipo de abatedouro, destaca Daniel. “Em 2015 firmados uma parceria com a Embrapa ao ponto de concretizarmos o produto”. Nesses dez anos houveram erros que precisaram ser aprimorados. “Chegamos ao frigorífico como o do Ednaldo que consegue abater 80 suínos em um turno, que trabalha com sete pessoas e vai ter condições de vender o seu produto para todo o estado da Bahia”.

Para peixe, os batedouros tem o mesmo conceito e abate até três toneladas de peixe vivo por turno com sete a nove pessoas. “No Brasil, a demanda para a tilápia é muito grande e desenvolvemos um abatedouro para filetar esse peixe. Dentro dessas três toneladas você pode conseguir pouco mais de uma tonelada de filé de tilápia”.

Já é entregue pronto e o cliente só precisa fazer as instalações externas de água, energia elétrica, esgoto, canalizar tudo isso e deixar em ponto de operação. “Esse nosso equipamento tem um investimento de cerca de 40% menos que o modelo normal porque fazemos isso em nossa indústria que faz a parte estrutural externa e todos os equipamentos internos”.

As instalações são feitas dentro de uma fábrica controlada em termos de tempo. “Eu não estou levando as pessoas para instalar o abatedouro aqui na Bahia, eu estou fazendo o abatedouro da Bahia em nossa cidade. Por isso, conseguimos controlar e isso faz com que o tempo diminua o tempo de confecção, que haja um controle melhor e, consequentemente, o investimento desse modo vai ser menor. O prazo de retorno é menor”, finalizou.

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