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Esporte Futebol

Conheça a história do ex-jogador de futebol Sabará, morador de Feira de Santana

Adeilton Ferreira dos Santos conta a sua história no futebol da Bahia.

07/08/2022 08h00
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Sabará - Foto: Boca de Forno News.
Sabará - Foto: Boca de Forno News.

Adeilton Ferreira dos Santos, mais conhecido como Sabará, sergipano, jogador de futebol que passou por vários times da Bahia, chegou à Feira de Santana no dia 5 de janeiro de 1970 e por aqui ficou. Feirense de coração, veio morar aqui para jogar no Feira de Santana Esporte Clube contra o Fluminense de Feira. Na época, o time era comandado por Roque Aras.

“Tinha ainda Renato Sá, Nóide Cerqueira, Dr. Benedito e o diretor de futebol era Aldo Quintela. Quando eu joguei, eles gostaram de mim e me perguntaram se eu queria ficar aqui. Aqui é uma cidade boa e era melhor do que ficar na batalha que eu estava em Alagoas. Vim e estou aqui há 52 anos”, diz.

Em 1970 os principais times da Bahia era o Bahia, o Vitória, o Fluminense de Feira, o Itabuna e o Vitória da Conquista, segundo Sabará. Do Feira de Santana, ele foi jogar em Alagoinhas, onde ficou de 1971 até 1973. “De lá fiquei pulando de galho em galho. Fui para Conquista, Itabuna. Onde me chamavam para jogar, eu ia. Eu jogava muito bem, modéstia a parte. Batia muito bem na bola”.

A sua melhor fase foi no Atlético de Alagoinhas. Joguei muito bem também no Feira, no Itabuna, no Conquista, mas Alagoinhas lhe marcou. “De Conquista vim embora porque quando acaba os campeonatos antigamente, acabavam também os times. E aí voltei para Feira de Santana. Ainda estive em João Pessoa, no time Alto Esporte, em Salgueiro, no Atlético de Salgueiro”.

Ele jogou no Fluminense de Feira, mas em partidas amistosas. “Mas nunca fiquei. Acho que eles pensavam que eu não era jogador do time, era para o Feira de Santana. Sempre me chamavam para jogar, só que contrato nunca fiz. Joguei com Alencar, com Geraldo Pereira”.

O futebol deu a ele muitas alegrias e amizades, mas ele não conseguiu ganhar muito dinheiro. “Eu jogava no meio de campo. A minha habilidade era com a perna direita. Tenho muito amor por Feira de Santana. Aqui construí minha vida e tenho orgulho disso. Sou taxista, tenho minha casa para morar e meu carro para trabalhar. Aqui me casei, hoje sou viúvo, e tenho um casal de filhos. E assim vivo minha vida”.

Para ele, o futebol mudou muito. Os jogadores de antes jogavam mais e hoje jogador tem regalias e muita tecnologia a sua disposição. “Saiamos daqui da cidade e viajávamos para outras cidades em uma D-10. Hoje é diferente”.

A torcida de antes era diferente. “Nós tínhamos torcida, mas não com a rivalidade que tem hoje, com brigas. As torcidas são organizadas, dirigentes pagando para eles fazerem besteira e brigas e mais brigas. Isso não existe. Se você vai paga um campo de futebol, vai para se divertir, se distrair e não brigar. Isso afasta as famílias dos estádios”.

Sabará parou de jogar futebol entre 1976 e 1977, de forma profissional. Mas depois ainda jogou em outros times como amador. “Ganhei muitos títulos”, conta. Ele acredita que se fosse jovem e jogasse futebol hoje avançaria muito mais em sua carreira. “Isso porque, modéstia a parte, eu jogava bem. As pessoas me diziam isso, não era eu que dizia. Quem faz o futebol hoje é a mídia, os empresários. Quando eles querem colocar o jogador lá em cima, eles colocam”.

As amizades foi o que mais lhe marcou naquela época. Mesmo sem condições financeiras que os jogadores tem hoje em dia, os jogadores de antes faziam muitas amizades. “Com jogadores, com torcedores, com a diretoria, com o time adversário. Hoje eles nem tem tempo para isso, querem ganhar dinheiro”.

Os jogadores de destaque daquela época eram Fito, João Daniel do Fluminense, Orni, Paulo Viana, Deinha, Merrinho, Delorme. “O time do Fluminense até 1972 era um timaço”, diz. Ele falou ainda sobre Beribinha, jogador do Fluminense, que ele achava um grande jogador, mas era muito brincalhão. “Ele não levava o futebol a sério”. Paulo Martins também foi ótimo jogador, na opinião de Sabará.

Seu filho acompanhou seus passos. Sabará diz que se ele jogou bola, seu filho jogou muito mais do que ele. “Mas também não levou a sério o futebol. É até chato falar isso. Meu filho foi para o Flamengo com Fábio Baiano, ficou quase um ano. Mas não queria nada e aí os caras mandaram embora. Só gastando dinheiro e ele sem querer nada. E Fábio Baiano está aí hoje”.

Ele sente saudades da época em que jogava futebol. Em casa só assisti futebol. O melhor time do Brasil hoje para ele é o Flamengo. Tem ainda o Atlético Mineiro, Palmeiras e o Atlético Paranaense que está crescendo. “Tem ainda uns times com menor investimento que estão dando trabalho como do Cuiabá, Goiás, Curitiba, Juventude, mas são bons, com jogadores bons”.

Na Série B ele chama a atenção para o Grêmio, Cruzeiro e o Bahia. “Mas o Bahia... parece que os treinadores são covardes e não colocam os times para ir para cima e brigar. Time retranqueiro”, lamentou.

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