O governador do Estado de São Paulo e candidato a presidência da República pelo PSDB, João Dória, foi entrevistado pelos radialistas Luiz Santos e Nivaldo Lancaster no programa “Levante a Voz”, da Rádio Sociedade News. Na entrevista, Dória falou na manhã desta sexta-feira (11).
Sobre os preparativos para as eleições de outubro, visto que o prazo para e os candidatos tem até o dia 31 de março para se descompatibilizar do Governo de São Paulo para disputar a presidência, Dória afirmou que a partir do dia 2 de abril começará a roda todo o Brasil, começando pelo estado de Minas Gerais e Bahia. “A campanha presidencial começa no mês de abril e aquece definitivamente no dia 1º de agosto com o processo eleitoral normal”.
Dória, que já foi prefeito da cidade de São Paulo e está como governador do estado com mesmo nome, tem seis anos de vida pública e contou a sua história de vida.
“Sou filho de um baiano como um migrante pobre para São Paulo, como todos sabem, que trabalhando se tornou empresário e mais para frente deputado federal em 1962, pela Bahia. Foi caçado no Golpe Militar de 64 e passou 10 anos fora do Brasil. Com isso, nossa vida mudou. De uma vida confortável a pobreza porque sem o nosso pai não tínhamos o provedor”, disse.
Ele precisou trabalhar aos 13 anos durante o dia e a noite foi estudar em escola pública. O dinheiro do seu trabalho ajudava a mãe a pagar uma conta da casa. Para ele, as lições da vida se aprendem nos momentos mais difíceis. “Isso me motivou a ir para a vida pública em 2016, quando me candidatei a prefeito de São Paulo. Não tinha nenhuma perspectiva de vitória, comecei com 1%, e terminei com 53% oito meses depois me elegendo no primeiro turno”.
Em 2018, Dória renunciou a Prefeitura para concorrer a governador do Estado de São Paulo. “Para salvar o PSDB, partido que sou filiado há 21 anos. Mais uma vez, sem nenhuma perspectiva de vitória, já que era o quatro colocado na pesquisa, alcancei a vitória”.
É dentro desta linha que Dória pretende fazer sua campanha à presidência da República. “Com trabalho, humildade, capacidade, compreensão da realidade brasileira e mostrar que o grande valor que o povo espera é o de mostrar a comida no prato e vacina no braço. Que tenha compaixão e atitude em relação aos mais pobres e humildes com um programa de governo que permita a geração de milhares novos empregos, como aconteceu em São Paulo nesses três anos”. Gerou-se quase três milhões de novos empregos em São Paulo, segundo o presidenciável.
Dória lembrou que tem ainda nove meses até as eleições, tempo que ele considera suficiente para fortalecer não apenas a sua posição, mas como também a posição da chamada terceira via. “Para que o povo brasileiro tenha uma opção distante dos extremos da esquerda de Lula e do extremo da direita de Bolsonaro”.
Economia
Uma das inquietações da população brasileira é a economia. Os preços dos alimentos estão todos altos. Caso eleito, Dória disse que a inflação, que está corroendo o poder de compra dos brasileiros, e a falta de conduta econômica, somada a pandemia, corroeu empregos. “O Brasil tinha 15 milhões de pessoas em situação de pobreza, extrema pobreza, desempregados ou com renda em torno de R$ 50 por semana. Esse número dobrou. Hoje são 30 milhões de brasileiros. Com uma inflação de 10.64%, aquele que não tem renda e nem emprego não consegue sobreviver”.
Com isso, o presidenciável disse que é preciso uma política voltada para a recuperação econômica do país. Primeiro, segundo ele, impedindo a ruptura do teto de gastos porque quando ele se rompe, se rompe o controle inflacionário. “E ela corrói o poder de compra. As pessoas não conseguem comprar hoje o que conseguia comprar há seis meses. Todos os produtos da cesta básica aumentaram e as pessoas não conseguem viver dessa forma”.
Outro ponto, na opinião do governador, é a geração de emprego. É preciso ainda acolher as pessoas que precisam de políticas sociais para sobreviver. “A política adotada por Henrique Meirelles no estado de São Paulo permitiu que o estado crescesse cinco vezes nos últimos anos. Os dados são do Banco Central do Brasil. A economia brasileira cresceu 1.6%, a de São Paulo 8%”, diz.
Combustíveis
A indexação do valor da gasolina ao dólar, no governo do ex-presidente Michel Temer, na opinião de João Dória não foi um equívoco. Os brasileiros tem reclamado muito que, apesar de receberem em real, são obrigados a pagar a gasolina em dólar.
“O combustível é uma commodities, portanto tem preço regulado internacionalmente, não nacionalmente. O problema é que um governo fraco promove uma moeda fraca. O real se desvalorizou brutalmente ao longo dos três anos desse governo. Foi um desastre ter todos os produtos que nós importamos com preços altos por causa da moeda fraca com o dólar elevado. O mesmo acontece com o trigo. Por isso o pão, as massas também aumentaram”, explica.
Federações partidárias
O prazo para a concretização das federações partidárias, que era até março, foi adiado até o mês de maio. No caso do PSDB, diz Dória, provavelmente na próxima semana se confirma a federação com o Cidadania, que tem como líder Roberto Freire. “É um partido importante, embora não estando entre os três maiores. É de alta respeitabilidade e com uma boa bancada na Câmara Federal e no Senado. Esse é o primeiro passo”.
Há ainda um entendimento e com boas conversas com o MDB e com o União Brasil. “Esses três partidos juntos, PSDB, MDB e União Brasil, estão dialogando. É um diálogo ainda longo, por isso esse adiamento favorece a cristalização dele, para permitir que as federações seja m confirmadas. Nesse caso seriam um grande ganho para o povo brasileiro com esses quatro partidos”.
Segundo Dória, isso fortalece a opção do chamado centro democrático liberal social ou conhecida como a terceira via. Questionado sobre se com a concretização da federação entre o PSDB e o Cidadania, ele poderia ter na Bahia junto com ele no palanque o ministro João Roma, Dória afirmou que não sabe. “Não sei se João Roma representará o Cidadania nessas circunstâncias. Vamos aguardar o Cidadania no próximo dia 15 para esta confirmação. O que eu posso afirmar com certeza, é que o meio apoio pessoal será ACM Neto. Não tenho nenhuma dúvida disso e este apoio eu não mudo por qualquer outra razão”.
Questionado sobre o apoio a ACM Neto para o governo da Bahia lhe traria problemas, já que o PSDB fará uma federação com o Cidadania, Dória disse que é conhecido por não ficar em cima do muro. “Com isso não quero ser desrespeitoso com o atual governador Rui Costa ou ao ex-governador Jaques Wagner, com quem tenho boas relações, mas meu voto será para ACM Neto que conduziu muitíssimo bem o seu governo na capital da Bahia e tem muitos predicados para assumir um mandato como governador da Bahia”, afirmou.
Problemas internos no PSDB
Houveram muitos problemas nas previas do PSDB neste ano. Existe inclusive uma ala que defende a retirada da candidatura de Dória a presidência. Para o candidato, isso é normal já que o PSDB é um partido sem dona e é por isso que ele gosta da legenda. “É o único partido que frequentei até o momento. E por não ter dono tem opiniões que não são iguais. Isso é o espelho da democracia. Só há sentimento igual nos regimes autoritários. Mas 44 mil filiados votaram nas prévias e a maioria expressiva nos deu seu voto, a vitória e a condição de ser candidato. Me mantenho respeitoso as pessoas que tem uma visão diferente”.
Saída de Geraldo Alckmin do PSDB
Após 33 anos no PSDB, Geraldo Alckmin saiu do partido falando em lealdade, dando a entender que Dória não teria sido leal a ele. Hoje ele tende ir para o lado de presidenciável Lula. “Eu não mudei de lado. Quem mudou de lado foi Geraldo Alckmin e digo isso com respeito. O PSDB sempre fez oposição ao PT historicamente. Como pode alguém que durante 33 anos fez oposição ao PT agora estar aliado ao Lula para disputar como vice-presidente. O equívoco não está no PSDB, está em quem deixou o PSDB com um projeto pessoal com o PT, que sempre combatemos, fomos oposição e continuaremos a ser”, disse.
Educação
Se eleito presidente da República, Dória disse que continuará dando prioridade absoluta a essa área, como faz no estado de São Paulo, ao lado da geração de emprego. São 2050 escolas de tempo integral no estado que governa. Eram 344 antes. Nessas escolas, garante Dória, as crianças tem oito horas por dia na escola com segurança alimentar, ensino digital, quatro anos de aulas de inglês, aulas de artes. “Crianças que estudam em escolas de tempo integral não ficam nas ruas para serem aliciadas por traficantes e bandidos ou ir para a prostituição. São 1.122.000 alunos nessas escolas”, afirma.
Vacina contra Covid
João Dória foi um dos que mais lutaram no país para que a vacina contra Covid-19 fosse disponibilizada para o povo. Ele disse que se considera como uma pessoa que trabalhou nos últimos dois anos ao lado da Ciência e da Medicina.
“Aqui em São Paulo não há espaço para kit cloroquina, aqui tem espaço para a vacina. E viabilizamos a vacina para todos os brasileiros. Lutamos pela vacina Coronavac pelo Instituto Butantã e graças a essa luta conseguimos, no dia 17 de janeiro, iniciar a imunização dos brasileiros com a primeira dose da vacina aplicada no braço de uma mulher, enfermeira e negra. E destinamos 110 milhões de doses da vacina para os brasileiros de todo o Brasil, não apenas os de São Paulo”.
E agora, ressalta Dória, está se oferecendo vacina para as crianças de 6 a 11 anos. “A Coronavac foi aprovada pela Anvisa como uma vacina segura e eficaz para crianças dessa faixa etária. O Governo Federal não comprou vacina suficiente para atender as 30 milhões de crianças nessa faixa no Brasil. Quem supriu essa necessidade foi o Instituto Butantã com mais 10 milhões de dose para elas”.
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