O dólar é negociado novamente em alta nesta sexta-feira (21), em meio aos temores de piora do cenário fiscal do país após as manobras do governo para driblar o teto de gastos e da debandada de secretários do Ministério da Economia. Às 10h07, a moeda norte-americana subia 0,89%, cotada a R$ 5,7155. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 5,7155, uma alta de mais de 10% no acumulado do ano.
Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 1,92%, a R$ 5,6651, maior cotação desde 14 de abril e a maior valorização diária da moeda desde 8 de setembro. Com o resultado, a moeda norte-americana passou a acumular avanço de 4,03% no mês e de 9,21% no ano.
Mas no que a alta do dólar impacta em nosso dia a dia? O professor de Economia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Antonio Rosevaldo, afirmou que o dólar tem uma função dupla internamente no país. Quando o real se desvaloriza, significa que o Brasil precisa desembolsar mais reais para comprar um dólar. “Como o Brasil está inserido no contexto de comércio internacional, quando o dólar está alto, os exportadores se sentem estimulados a vender para o mercado internacional. Eles dizem que não compensa vender internamente. A tendência, então, é o de desabastecimento do mercado interno. Isso provoca um aumento dos preços”, afirmou.
Como exemplo, professor Rosevaldo citou a carne, que é um aumento recente e muito discutido. Os produtores de carne dizem que vender para a China e Europa é melhor. “Com o dólar alto, os exportadores de carne se sentem estimulados a pegar toda a sua produção e vender para o mercado externo. Nós já temos um problema interno que é a redução de rebanho. Não tem carne disponível para atender o mercado interno e externo”, destacou.
Da mesma forma acontece com o algodão, o trigo, o açúcar, o arroz, que os produtores preferem vender para o mercado externo, aumentando o preço no mercado interno. Falando sobre a cana de açúcar, que produz álcool ou açúcar, o professor ressaltou que, quando o mercado internacional está com o preço do açúcar elevado e o dólar alto, os usineiros preferem produzir açúcar e exportar, deixando de produzir álcool. "O que aumenta o preço dos combustíveis no Brasil porque o álcool aumenta em valor”, salientou.
O professor destaca ainda que a economia brasileira depende muito de produtos importados. “A exemplo do frango que trabalha muito com insumos importados. O dólar alto também aumenta o custo de produção interna, o que provoca a inflação”, explica.
Já quando o dólar está baixo, os exportadores preferem vender para o mercado interno. “O dólar baixo é bom para o mercado interno, mas ruim para a exportação, o que afeta o nosso balanço de pagamento, principalmente a balança comercial”. Com o dólar baixo, aumenta ainda a importação de produtos importados, principalmente os eletrônicos. “Isso acaba desestimulando a nossa indústria. A indústria brasileira representa hoje apenas 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Estamos num processo de desendustrialização e o dólar acaba colaborando com isso”, disse.
A solução, segundo o professor, é ter um dólar equilibrado, nem muito baixo e nem muito alto.
Com informações do G1
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