Através de uma união inédita que reuniu 17 emissoras de rádios do Rio de Janeiro, aconteceu ontem (19) uma edição especial do "Mix de Mídia", organizado pelo Grupo de Mídia RJ. A partir de uma apresentação especial da Kantar IBOPE Media, foram revelados números importantes do rádio brasileiro, com base nos 13 mercados regulares aferidos pela empresa. Segundo a Kantar, o meio é ouvido por 80% da população, sendo um avanço de 2% na comparação com o dado de 2020. Outro ponto forte do meio é a credibilidade: avanço de 43% em apenas um ano. E 10% da população afirma ouvir rádio via web no Brasil.
As apresentações da Kantar IBOPE Media foram realizadas por Giovana Alcântara e Gabriela Vitral, com a atualização dos dados relacionados ao comportamento da audiência e do mercado publicitário. Na sequência, houve um debate entre Daniella Ferro (TIM), Fernando Morgado (consultor e professor) e Markus Castanheira (Universal Music), que discutiram sobre o panorama atual do rádio. A mediação foi feita por Antônio Jorge Alaby Pinheiro.
"O rádio é um meio que se renova há muito tempo e serve de exemplo para as demais mídias. Sendo assim, não há mais espaço para discursos alarmistas quando se trata do futuro do meio. É fundamental investir cada vez mais na capacitação de toda a cadeia produtiva da comunicação, mostrando que o rádio vai muito além do dial e gera resultados das mais diversas formas", diz Fernando Morgado, consultor que esteve entre os debatedores.
Em contato com o tudoradio.com, Morgado também faz um alerta: "Ainda vemos muitas pessoas confundindo o rádio enquanto aparelho e o rádio enquanto linguagem. Mudar a forma de consumir rádio não significa deixar de consumir rádio, pelo contrário. Conforme o meio se expande, alcançando novos tipos de aparelho, mais tempo ele passa a ocupar na jornada do ouvinte. Essa é uma questão que parece básica, mas não é. Ainda vemos muita confusão nesse sentido por aí".
Devido a grande procura pelo evento desta quinta-feira (19), o Grupo de Mídia RJ decidiu realizar uma segunda edição do "Mix de Mídia" com os mesmos participantes, em data que será definida.
Os dados atualizados
Segundo a Kantar IBOPE Media, em 30 dias o rádio é ouvido por 80% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisas, sendo 2% a mais do que em 2020 (dados do trimestre abril a junho de 2021, 05-05h/todos os dias). Três a cada cinco ouvintes escutam rádios todos os dias, com cada um deles ouvindo cerca de 4 horas e 26 minutos (por dia). Também é destaque o perfil dessa audiência, equilibrado entre as faixas etárias e com boa presença nas classes sociais AB e C.
Os dados da Kantar apontam que 71% dos ouvintes afirmaram que ouviram rádio em casa, 24% no carro, 10% em outros locais, 8% no trajeto e 2% no trabalho. Tirando a audiência residencial, todos os outros locais apresentaram alta no consumo de rádio em relação a 2020, devido à maior circulação da população em 2021 nas 13 regiões pesquisadas.
A pesquisa indica que 80% dos ouvintes acompanharam o rádio através de um receptor comum, 25% pelo celular, 4% por outros equipamentos e 3% pelo computador. Na comparação com o mesmo período (trimestre abril a junho), o consumo de rádio via celular em 2020 representava 23%.
Sobre as regiões analisadas, em 30 dias o rádio é ouvido por 89% da população na Grande Belo Horizonte (com um tempo médio de 04h25), 85% na Grande Porto Alegre (04h21) e Grande Florianópolis (04h03), 84% na Grande Fortaleza (04h29) e Grande Curitiba (03h59), 82% no Grande Rio de Janeiro (praça de maior tempo médio, com 05h10), 81% no Grande Recife (04h40) e Grande Goiânia (04h13), 79% na Grande Vitória (04h16), 78% no Distrito Federal (03h32), 77% na Grande Salvador (04h02) e 76% na Grande São Paulo (04h15) e Campinas (03h52).
Os dados são similares aos números apresentados pela própria Kantar IBOPE Media no AESP Talks do final de julho, que contou com a participação de Melissa Vogel (CEO da empresa). Nos dois casos foram detalhados a ferramenta Extended Radio, que é um avanço na medição híbrida do rádio. As emissoras assinantes da Kantar IBOPE Media e o mercado continuarão com as pesquisas regulares do meio e também terão a disponibilidade dos dados em tempo real fornecidos pelo novo serviço. As métricas geradas pela ferramenta são semelhantes aos dados fornecidos por outras plataformas e mídias digitais, suprindo uma demanda do mercado. Essa aproximação dos dados de rádio com o digital é uma discussão global no setor.
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