Matinha é o único distrito sem redução nos índices de CVLI, aponta comandante da 67ª CIPM

Apesar dos avanços significativos na segurança pública em sua área de atuação, o distrito da Matinha foi o único que não apresentou redução nos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em 2025. A informação foi confirmada pelo comandante da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), major Reis, ao fazer um balanço das ações da unidade no segundo semestre do ano.

De acordo com o comandante, a 67ª CIPM é responsável pelo policiamento dos distritos de Feira de Santana, além das cidades de São Gonçalo dos Campos e Conceição da Feira. Nesse recorte territorial, os resultados têm sido positivos. "Nós estamos com uma redução na ordem de 26% nos nossos distritos aqui na cidade de Feira de Santana, o que nos alegra bastante até o presente momento", afirmou o major Reis.

Ainda segundo o comandante, dois distritos chamam atenção pelos resultados expressivos. "Hoje nós temos dois distritos há mais de um ano sem nenhuma morte, que são Jaguara e Ipuaçu. Dos oito distritos, apenas a Matinha, infelizmente, não conseguimos reduzir os números de CVLI", explicou.

Mesmo com esse dado negativo pontual, o major avalia o trabalho da companhia de forma positiva. "Numa avaliação do todo, entendemos que estamos fazendo um bom trabalho", destacou.

Outro tema abordado foi a intensificação das ações contra os chamados "paredões de som", que costumam perturbar moradores da zona rural, especialmente nos fins de semana, como na região de Feira de  Santana. Somente no último fim de semana, pelo menos cinco equipamentos foram apreendidos.

Segundo o comandante, a Polícia Militar, sob orientação do Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L), adotará medidas mais rígidas."Já foi criado um protocolo de atuação. Não vamos mais apreender apenas o som, mas o veículo como um todo, aplicando as multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro. Não vai valer a pena financeiramente insistir nessa prática", alertou.

O major ressaltou que o objetivo não é acabar com o lazer da população, mas garantir o direito ao sossego. "Temos idosos, pessoas enfermas, neurodivergentes e crianças que precisam de paz. Quando somos acionados, precisamos atuar por obrigação legal", afirmou.

Sobre o homicídio registrado na noite recente em São Gonçalo dos Campos, no limite com Conceição da Feira, o major Reis informou que o homem já foi identificado, mas ainda há poucas informações sobre sua vida pregressa. "Sabemos apenas que ele residia há pouco tempo em São Gonçalo e era oriundo de Salvador. Isso acende um alerta para uma linha de investigação, mas há a presunção de inocência", explicou.

Pelas características do crime, especialmente a quantidade de disparos, há suspeita de ligação com o tráfico de drogas. O local onde o corpo foi encontrado, de difícil acesso, também levanta a hipótese de desova. "É possível que o crime tenha ocorrido em outra área e o corpo tenha sido deixado em São Gonçalo, o que é comum. Não afirmamos, mas é uma possibilidade que está sendo considerada", pontuou.

Durante a entrevista, o comandante também comentou sobre a possível redefinição das áreas de responsabilidade das companhias em Feira de Santana. A expectativa é que a 67ª CIPM passe a atuar na região do bairro Tomba, área que geograficamente se enquadra no perfil da unidade."Acredito que, com essa redefinição, todos vão sair ganhando. A 67 tem tudo para desenvolver um bom trabalho naquela região", afirmou.